Em união com todos os Santos Anjos

"Sanctus, Sanctus, Sanctus. Dóminus, Deus Sábaoth Pleni sunt caeli et terra Glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit In nómine Dómini, Hosánna in excélsis.

Blog Santo Anjo da Guarda

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Te Deum laudamos



Te Deum laudamus:
te Dominum confitemur.
Te aeternum patrem,
omnis terra veneratur.
Tibi omnes angeli,

tibi caeli et universae potestates:
tibi cherubim et seraphim,
incessabili voce proclamant:
"Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra
majestatis gloriae tuae."
Te gloriosus Apostolorum chorus,
te prophetarum laudabilis numerus,
te martyrum candidatus laudat exercitus.
Te per orbem terrarum
sancta confitetur Ecclesia,
Patrem immensae maiestatis;
venerandum tuum verum et unicum Filium;
Sanctum quoque Paraclitum Spiritum.
Tu rex gloriae, Christe.
Tu Patris sempiternus es Filius.
Tu, ad liberandum suscepturus hominem,
non horruisti Virginis uterum.
Tu, devicto mortis aculeo,
aperuisti credentibus regna caelorum.
Tu ad dexteram Dei sedes,
in gloria Patris.
Iudex crederis esse venturus.

Te ergo quaesumus, tuis famulis subveni,
quos pretioso sanguine redemisti.
Aeterna fac
cum sanctis tuis in gloria numerari.
Salvum fac populum tuum, Domine,
et benedic hereditati tuae.
Et rege eos,
et extolle illos usque in aeternum.
Per singulos dies benedicimus te;
et laudamus nomen tuum in saeculum,
et in saeculum saeculi.
Dignare, Domine, die isto
sine peccato nos custodire.
Miserere nostri, Domine,
miserere nostri.
Fiat misericordia tua, Domine, super nos,
quem ad modum speravimus in te.
In te, Domine, speravi:
non confundar in aeternum.

Fonte: http://www.facebook.com/Benedetto16

Sanctus, Sanctus, Sanctus.

Com o nosso santo Anjo da Guarda e todos os Anjos,
 louvemos a Deus por sua infinita
 bondade e amor.




"Sanctus, Sanctus, Sanctus Dóminus Deus Sábaoth. Pleni sunt caeli et terra glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus qui venit in nómine Dómini.
 Hosánna in excélsis."

Obra dos Santos Anjos - Cônegos Regulares da Santa Cruz.

Pensar neste ano que se finda... pensar no que conquistamos pela bondade de DEUS... para nós do Blog seria impossível não pensar na Obra dos Santos Anjos.
 Aos senhores, nosso DEUS lhes pague!




Como são:
Pela profissão dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência os Irmãos da Ordem dos Cônegos Regulares da Santa Cruz procuram dar uma resposta integral ao amor de Deus que nos foi revelado em Cristo crucificado. A Ordem se empenha de modo particular em:


- adorar a Deus por meio de Jesus Cristo no Espírito Santo, participando no amor de Cristo com o qual Ele glorificou o Pai em nome de todas as criaturas (cf. Jo 17);


- contemplar a Palavra e a Obra salvífica de Deus, para aprender a eminente ciência de Jesus Cristo (cf. FI 3,8) e do Seu amor crucificado (cf. Ef 3,18-19);

- seguir a Jesus no caminho da Cruz em espírito de expiação, completando o que falta às tribulações de Cristo pelo Seu Corpo que é a Igreja (cf. Cl 1,24);

- testemunhar e proclamar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, "poder de Deus e sabedoria de Deus" (cf. 1 Cor 1,23-24), através da missão.

Estas quatro dimensões do mistério da nossa salvação - adoração, contemplação, expiação e missão - exprimem o carisma dos Cônegos Regulares da Santa Cruz no seu serviço a Deus e ao próximo, vivido em comunhão com os santos Anjos.
O brasão da Ordem apresenta dois Anjos adorando a Cruz de nosso Senhor, tendo esta no centro um círculo que representa a Santíssima Eucaristia. Aos pés da Cruz encontra-se um "M", simbolizando Maria. Este brasão resume concisamente o conteúdo da nossa espiritualidade.

Queremos convidar a você que ainda não conhece a participar de algum retiro ou dia de recolhimento, contato:

Anápolis - GO                                                          

Secretariado O.A.
Caixa Postal 021
75024-970 Anápolis-GO
Horário de atendimento:
Segunda-feira a sábado:
09:45 - 12:15 e 17:00 - 18:00
Tel.: (62) 3098 1214 / 3099 1101
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Guaratinguetá-SP

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domingo, 30 de dezembro de 2012

O Mistério da Encarnação e o ano da Fé


"A bondade e amor de Deus, nosso Salvador" (Tito 3,4)


Este é o significado do presente de Natal. "Ele nos salvou, não por causa de obras feitas por nós em justiça, mas em virtude de sua misericórdia. Ele derramou sobre nós ricamente por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador" (Tito 3,5-6). Neste Ano da Fé, nos preparamos e comemoramos o mistério da Encarnação, com uma especial gratidão pelo grande dom da fé, sem o qual seria "não tem esperança" e ser "sem Deus no mundo" (Ef 2,12 ). Através da fé nós experimentamos o amor de Deus que foi "manifestado na carne" (1 Tm 3,16) e "habitou entre nós" (Jo 1,14), "que a nossa alegria seja completa" (1 Jo 1:4) . Através do dom da fé que estamos abertos para receber este grande mistério em nossos corações, trazendo-nos alegria e consolo em um mundo cheio de tristeza e contradições.

Os anjos tem um papel especial no ato de fé. São Tomás de Aquino escreve: "A fé exige que o que está a ser proposto para o crente", o que é feito pelo homem, de acordo com Romanos 10,17;  "A fé vem pelo ouvir "; principalmente, no entanto, pelos anjos, por quem as coisas divinas são reveladas aos homens. Assim, os anjos têm alguma parte no esclarecimento da fé Além disso, os homens são iluminados pelos anjos, não só sobre o que é para ser acreditado... mas também em relação ao que está a ser feito "(Summa Theo. I, 111, art. 1 ad 1). Neste Ano da Fé, portanto, nós queremos trabalhar conscientemente com os Santos Anjos, tanto para o fortalecimento da nossa fé, e em nossos esforços para compartilhar a nossa fé com os outros.

Embora possa parecer que o bem, muitas vezes perde e o secularismo radical é o excesso de correria do mundo; sabemos pela fé que Deus está acima dos poderes deste mundo. "O Senhor Deus não contraria as ameaças da história com desejos externos, como nós, seres humanos seria de esperar de acordo com as perspectivas de nosso mundo. Sua arma é a bondade. Ele se revelou como uma criança, que nasceu num estábulo. Este é precisamente como Ele contadores com seu poder, completamente diferentes dos poderes destrutivos da violência. Desta forma, Ele nos salva. Desta forma, Ele nos mostra o que salva "(Bento XVI, Homilia, 2005).

O Santo Padre proclamou o Ano da Fé ", a fim de ajudar todos os homens e mulheres a abrir seus corações e vidas ao Senhor Jesus e à Palavra de salvação" (Homilia, 29 de setembro de 2012). A fim de nutrir e fortalecer a nossa fé neste Ano de graça, o Papa Bento encoraja os fiéis a ler e estudar as quatro principais constituições do Concílio Vaticano. Beato João Paulo II comentou sobre o valor do Vaticano II, dizendo: "Os documentos do Conselho não perdeu nada de seu valor ou brilho. Eles precisam ser lido corretamente, a ser amplamente conhecido e levado a sério como textos qualificados e normativos do Magistério. Eu sinto, mais do que nunca, o dever de apontar para o Concílio como a grande graça sobre a Igreja no século XX: não encontramos um compasso certo para levar nossos rolamentos no século que começa "(NMI , 57). Ao estudar estes textos muito ricos espiritualmente, queremos incluí-los em nossas vidas diárias, de modo que a nossa fé seja fortalecida e podemos passar este grande dom da fé para os outros através de nosso exemplo e intercessão.

Que as bênçãos do Menino Jesus renovem e preencham seus corações, fazendo-os transbordar de amor, para que todos sejam testemunhas fiéis da "bondade do nosso Deus", que veio a nós na humildade do estábulo. Que a Mãe de Deus possa levá-lo para o seu Filho e os Santos Anjos sejam sua luz e força neste Ano Novo. 


Com minha bênção sacerdotal.

                 Fr. Wolfgang Seitz, ORC


Fonte: opusangelorum.org

sábado, 29 de dezembro de 2012

Apresentação de Jesus no Templo



Com o Evangelho de hoje, a Igreja revive o mistério da Apresentação de Jesus no Templo. Revive-o com a admiração da Sagrada Família de Nazaré, iluminada pela plena revelação daquele menino que veio para expiar os pecados do povo. O Menino, que Maria e José levam com emoção ao Templo, é o Verbo encarnado, o Redentor do homem, da história!

Na solenidade do dia de hoje, celebramos o mistério da consagração: consagração de Cristo, consagração de Maria e consagração de todos aqueles que se põem no seguimento de Jesus por amor do Reino.
Simeão recebeu do Espírito Santo a revelação de que não morreria sem ver Cristo. Neste Natal, contemplemos, com olhos de fé, Jesus que vem salvar-nos com o Seu nascimento. Assim como Simeão entoou um cântico de ação de graças, alegremo-nos cantando diante do presépio, em família, e no nosso coração, pois sabemo-nos salvos pelo Menino Jesus.
E, assim como Maria leva o menino Jesus para ser apresentado ao Senhor, peçamos também nós para que, neste dia, ela nos apresente a Deus, nosso único bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo, santo e do agrado do Pai.

ORAÇÃO:
Pai, que Teu Filho Jesus seja para mim motivo de crescimento 
e de promoção, levando-me, a conhecer-Te sempre mais e a aderir ao 
Teu Reino de amor. Amém!


Evangelho:
22 Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23 Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24 Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos – como está ordenado na Lei do Senhor. 25 Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, 26 e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27 Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28 Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30 porque meus olhos viram a tua salvação, 31 que preparaste diante de todos os povos: 32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 
33 O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35 Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti uma espada te traspassará a alma”. 
                                                                                            Lc 2, 22 - 35

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Os Santos Inocentes - 28 de Dezembro



A festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a viver com profundidade este tempo da Oitava do Natal. Esta festa encontra o seu fundamento nas Sagradas Escrituras. Quando os Magos chegaram a Belém, guiados por uma estrela misteriosa, "encontraram o Menino com Maria e, prostrando-se, adoraram-No e, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes - ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido, eis que um Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: 'Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar'. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito. E lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: 'Do Egito chamarei o meu filho'. Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e arredores, de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos. Então se cumpriu o que estava predito pelo profeta Jeremias: 'Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem'" (Mt 2,11-20) Quanto ao número de assassinados, os Gregos e o jesuíta Salmerón (1612) diziam ter sido 14.000; os Sírios 64.000; o martirológio de Haguenau (Baixo Reno) 144.000. Calcula-se hoje que terão sido cerca de vinte ao todo. Foram muitas as Igrejas que pretenderam possuir relíquias deles.



Na Idade Média, nos bispados que possuíam escola de meninos de coro, a festa dos Inocentes ficou sendo a destes. Começava nas vésperas de 27 de dezembro e acabava no dia seguinte. Tendo escolhido entre si um "bispo", estes cantorzinhos apoderavam-se das estolas dos cônegos e cantavam em vez deles. A este bispo improvisado competia presidir aos ofícios, entoar o Inviatório e o Te Deum e desempenhar outras funções que a liturgia reserva aos prelados maiores. Só lhes era retirado o báculo pastoral ao entoar-se o versículo do Magnificat: Derrubou os poderosos do trono, no fim das segundas vésperas. Depois, o "derrubado" oferecia um banquete aos colegas, a expensas do cabido, e voltava com eles para os seus bancos. Esta extravagante cerimônia também esteve em uso em Portugal, principalmente nas comunidades religiosas. 


A festa de hoje também é um convite a refletirmos sobre a situação atual desses milhões de "pequenos inocentes": crianças vítimas do descaso, do aborto, da fome e da violência. Rezemos neste dia por elas e pelas nossas autoridades, para que se empenhem cada vez mais no cuidado e no amor às nossas crianças, pois delas é o Reino dos Céus. Por estes pequeninos, sobretudo, é que nós cristãos aspiramos a um mundo mais justo e solidário.

Santos Inocentes, rogai por nós!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

"Fazer presépios é unir mundos".


"Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amado"!





O presépio é uma das representações mais singelas do nascimento de Jesus Cristo. Procura resgatar a importância e magnitude daquele momento ao mesmo que nos lembra a forma simples e humilde em que se deu o nascimento. A presença do menino Deus naquele estábulo, ao lado de seus pais, tendo por testemunhas os pastores e os animais e recebendo a visita dos Reis Magos guiados à gruta pela estrela de Belém, mostra a grandeza e a onipotência de Deus representada na fragilidade de uma criança.

Esta representação foi criada por São Francisco de Assis em 1223 que, em companhia de Frei Leão e com a ajuda do senhor Giovanni Vellina, montou em uma gruta da floresta na região de Greccio, Itália, a encenação do nascimento de Jesus. Na época já havia 16 anos que a Igreja tinha proibido a realização de dramas litúrgicos nas Igrejas, mas São Francisco pediu a dispensa da proibição desejoso que estava de lembrar ao povo daquela região a natividade e o amor a Jesus Cristo. O povo foi convidado para a missa e ao chegarem à gruta encontraram a cena do nascimento vivenciada por pastores e animais.


No Brasil, a cena do presépio foi apresentada pela primeira vez aos índios e colonos portugueses em 1552 por iniciativa do jesuíta José de Anchieta. A partir de 1986 São Francisco é considerado o patrono universal do presépio.



O mundo animal, os homens e o mundo mineral (pedras e presentes) se unem na contemplação do nascimento de Jesus. Os reis Magos em uma interpretação mais recentes são lembrados como um símbolo da união dos povos: Gaspar, o negro: Melchior, o branco e Baltazar, o asiático.



As palavras de paz e serenidade de São Francisco trazem até nos o sentido verdadeiro do Natal: 


"Todos os homens nascem iguais, pela sua origem, seus direitos naturais e 
divinos e seu objetivo final".

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal


Que o MENINO JESUS encontre em nosso coração uma digna e calorosa morada, onde possa ser consolado de toda a frieza do mundo! A Paz, que os Anjos em Belém anunciaram às pessoas de boa vontade, reine em nossas casas, para que possamos viver cada vez mais unidos a DEUS e entre nós por meio da ajuda dos nossos Santos Anjos da Guarda.

Um Feliz e santo Natal!!!!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Refletir




“A fonte da alegria de Maria é a graça, a comunhão com Deus. Ela é a criatura que, mediante sua atitude de escuta da palavra e da obediência, abriu de modo único as portas a seu Criador, colocando-se em suas mãos, sem limites”. Papa Bento XVI

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A FIGURA DA ESPERANÇA : VIRGEM MARIA






A primeira vinda do Senhor realizou-se graças a ela. E, por isso, todas as gerações a chamamos Bem-aventurada. Hoje, que preparamos, a cada ano, uma nova vinda, os olhos da Igreja se voltam a ela, para aprender, con estremecimento e humildade agradecida, como se espera e como se prepara a vinda do Emanuel: do Deus conosco. Mais ainda, para aprender também como se dá ao mundo o Salvador.
Sobre o papel da Virgem Maria na vinda do Senhor, a liturgia do Advento oferece duas sínteses, nos prefácios II e IV daquele tempo:

"...Cristo Senhor nosso, a quem todos os profetas anunciaram, a Virgem esperou com inefável amor de Mãe, João o proclamou já próximo e o apontou depois entre os homens. O próprio Senhor nos concede agora nos preparar com alegria para o Mistério de seu Nascimento, para encontrar-nos assim, quando ele chegar, velando em oração e cantando seu louvor".
"Nós vos louvamos, nós vos bendizemos e vos glorificamos pelo Mistério da Virgem Mãe. Porque, se do antigo adversário nos veio a ruína, no sio da Filha de Sião germinou aquele que nos nutre com o pão celestial, e fez brotar para todo o gênero humano a salvação e a paz. A graça que Eva nos arrebatou nos foi devolvida em Maria. Nela, mãe de todos os homens, a maternidade, redimida do pecado e da morte, abre-se ao dom de uma vida nova. Assim, onde havia crescido o pecado, superabundou vossa misericórdia em Cristo nosso Salvador. Por isso nós, enquanto esperamos a vinda do Cristo, unidos aos anjos e aos santos, cantamos o hino louvor..."

A Virgem Imaculada foi e continua sendo a personagem dos personagens do Advento: da vinda do Senhor. Por isso, cada dia, durante o Advento, evoca-se, agradece, canta-se, glorifica-se e enaltece àquela que foi a aceitou livremente ser a mãe de nosso Salvador "o Messias, o Senhor" (Lc 2,11).

Três textos dos tantos que um é em honra à Bem-aventurada Mãe de Deus, em todo este Mistério preparado e realizado. São da solenidade de santa Maria Mãe de Deus:

"Que admirável troca! O Criador do gênero humano, tomando corpo e alma, nasce de uma virgem e, feito homem sem concurso de varão, nos dá parte em sua divindade" (antífona das primeiras Vésperas).

"A Mãe eu à luz o Rei, cujo nome é eterno; a que o gerou tem ao mesmo tempo a alegria da maternidade e a glória da virgindade: um prodígio tal jamais visto, não será visto novamente. Aleluia" (antífona de Laudes).

"Pelo grande amor que Deus tem para conosco, mandou-se seu próprio Filho em semelhança de carne de pecado: nascido de uma mulher, nascido sob a lei. Aleluia" (antífona do Magníficat primeiras Vésperas).

A partir da segunda parte do Advento, a preponderância da Mãe Imaculada é tão grande, que ela aparece como o centro do Mistério preparado e iniciado. Assim as leituras evangélicas do IV Domingo, nos três ciclos, estão dedicadas a Maria. E nas missas próprias dos dias 17 a 24, correspondentes às antífonas da O, tudo gira ao redor dela. E com razão.

"Os profetas anunciaram que o Salvador nasceria de Maria Virgem" (Tercia) - "O anjo Gabriel saudou Maria, dizendo: Ave, chia de graça, o Senhor está contigo, bendita és tu entre as mulheres" (Sexta) - "Maria disse: O que significa esta saudação? Fico perplexa perante estas palavras de que darei à luz um Rei sem perder minha virgindade" (Nona).

Nas vésperas do primeiro domingo de Advento, a antífona do Magnificat é tirada do evangelho da anunciação: "Não temas, Maria, porque encontraste graças diante de Deus. Conceberás em teu seio e darás á luz um filho".
Na segunda-feira desta primeira semana, nas vésperas, a antífona do Magnificat será: "O anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo".

Nas vésperas da quinta-feira se canta: "Bendita és tu entre as mulheres". Nas vésperas do segundo domingo de Advento: "Ditosa tu, Maria, que creste, porque o que te foi dito o Senhor cumprirá". Nas laudes da quarta-feira há uma leitura tirada do capítulo 7 de Isaías: "Vede: a Virgem concebeu e dará à luz um filho, lhe porá o nome Emmanuel...". O responsório da sexta-feira depois da segunda leitura do ofício, é tirado do evangelho da anunciação em Lc 1, 26, etc... E poderíamos continuar com uma longa enumeração.

Esta enumeração interessa porque mostra como a presença da Virgem é constante nos Ofícios de Advento, bem como na memória da primeira vinda de seu Filho e na tensão de sua volta no fim dos tempos.
Embora o Natal seja para Maria a festa mais indicada de sua maternidade, o Advento, que prepara esta festa, é para ela um tempo de escolha e de particular preparação.

Fonte: acidigital.com

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Evangelho do dia 20/12/2012



Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. O anjo levava uma mensagem para uma virgem que tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi. Ela se chamava Maria. O anjo veio e disse:
-Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você. 




Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer. Então o anjo continuou: 
- Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará. 
Então Maria disse para o anjo: 
- Isso não é possível, pois eu sou virgem! 
O anjo respondeu: 
- O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus nada é impossível. 
Maria respondeu: 
- Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer! 
E o anjo foi embora. - Lc 1, 26-38


O lugar onde acontece este fato é uma pequena aldeia da Galileia: Nazaré. A pessoa a quem Deus envia seu mensageiro é uma jovem como as outras de seu tempo: Maria. Fica preocupada e pede explicações. Por isso, fica sabendo que o que lhe acontecerá é obra do Espírito Santo e que o Menino do qual será Mãe é o próprio Filho de Deus. Sabendo que a Deus nada é impossível, com fé, faz seu ato de disponibilidade ao Projeto de Deus: "Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!" Aprendo com Maria a buscar perceber os sinais de Deus, a dialogar com Deus, a ouvi-lo, a discernir a vontade de Deus e a dizer "sim". 

A FIGURA DA PREPARAÇÃO: JOÃO BATISTA






Isaías está presente em João Batista, como João Batista está presente naquele a quem preparou o caminho e que dirá dele: "Não surgiu entre os nascidos de mulher outro maior que João Batista".

São Lucas nos conta com detalhe o anúncio do nascimento de João (Lc 1, 5-25).

Esta estranha entrada em cena de um ser que se tornará um dos mais importantees da realização dos planos divinos é muito do estilo do Antigo Testamento. Todos os seres vivos deviam ser destruídos pelo dilúvio, mas Noé e os seus foram salvos na arca. Isaac nasce de Sara, já em idade avançada para dar à luz. Davi, jovem e sem técnica de combate, derruba Golias.

Moisés, futuro guia do povo de Israel, é encontrado em uma cesta (designada em hebraico com a mesma palavra que arca) e salvo da morte. Desta maneira, Deus quer destacar que Ele mesmo toma a iniciativa da salvação de seu povo.

O anúncio do nascimento de João é solene. Realiza-se no marco litúrgico do templo.

Desde a designação do nome do menino, "João", que significa "Yahvé é favorável", tudo é concreta preparação divina do instrumento que o Senhor elegeu.

Sua chegada não passará despercebida e muitos se alegrarão com seu nascimento (Lc 1, 14); abster-se-á de vinho e bebidas embriagantes, será um menino consagrado e, como prescreve o livro dos Números (6, 1), não beberá vinho nem licor fermentado. João já sinal de sua vocação de asceta. O Espírito habita nele desde o seio de sua mãe. A sua vocação de asceta une-se à guia de seu povo (Lc 1, 17).

Precederá o Messias, papel que Malaquias (3, 23) atribuia a Elias. Sua circuncisão, fato característica, mostra também a eleição divina: ninguém em sua parentela tem o nome de João (Lc 1, 61), mas o Senhor quer que seja chamado assim mudando os costumes. O Senhor é quem o escolheu, é ele quem dirige tudo e guia seu povo.



Benedictus Deus Israelei

O nascimento de João é motivo de um admirável poema que, por sua vez, é ação de graças e descrição do futuro papel do menino. A Igreja canta esta poema todos os dias no final das Laudes reavivando sua ação de graças pela salvação que Deus lhe deu e em reconhecimento porque João continua mostrando-lhe "o caminho da paz".

João Batista é sinal da irrupção de Deus em seu povo. O Senhor o visita, o livra, realiza a aliança que havia prometido.

O papel do precursor é muito precioso: prepara os caminhos do Senhor (Is 40, 3), dá a seu povo o "conhecimento da salvação.Todo o afã especulativo e contemplativo de Israel é conhecer a salvação, as maravilhas do desígnio de Deus sobre seu povo. O conhecimento dessa salvação provoca nele a ação de graças, a benção, a proclamação dos benefícios de Deus que se expressa no "Bendito seja el Senhor, Deus de Israel".

Esta é a forma tradicional de oração de ação de graças que admira os desígnios de Deus. Com estes mesmos termos o servidor de Abraão bendiz a Yahvé (Gn 24, 26). Assim também se expressa Jetró, sogro de Moisés, reagindo ao admirável relato do que Yahvé havia feito para livrar Israel dos egípcios (Ex 18, 10). A salvação é a remissão dos pecados, obra da misericordiosa ternura de nosso Deus (Lc 1, 77-78).

João deverá, pois, anunciar um batismo no Espírito para remissião dos pecados. Mas este batismo não terá apenas esse efeito. Será iluminação. A misericordiosa ternura de Deus enviará o Messias que, segundo duas passagens de Isaías (9, 1 e 42, 7), retomadas por Cristo (Jo 8, 12), "iluminará os que jazem entre as trevas e sombra da morte" (Lc 1, 79).O papel de João, "preparar o caminho do Senhor". Ele o sabe e designa a si mesmo, referindo-se a Isaías (40, 3), como a voz que clama no deserto: "Preparai o caminho do Senhor". Mais positivamente ainda, deverá mostrar àquele que está no meio dos homens, mas que estes não o conhecem (Jo 1, 26) e a quem chama, quando o vê chegar: "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1, 29).João corresponde e quer corresponder ao que foi dito e previsto sobre ele. Deve dar testemunho da presença do Messias. O modo de chamá-lo indica que o l Messias representa para ele: é o "Cordeiro de Deus”.

O Levítico, no capítulo 14, descreve a imolação do cordeiro em expiação pela impureza legal. Ao ler esta passagem, João, o evangelista, pensa no servidor de Yahvé, descrito por Isaías no capítulo 53, que carrega sobre si os pecados de Israel. João Batista, ao mostrar a Cristo a seus discípulos, o vê como a verdadeira Páscoa que supera a do Êxodo (12, 1) e da qual o universo obterá a salvação.Toda a grandeza de João Batista vem de sua humildade e ocultamento: "É preciso que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3, 30).



Todos verão a salvação de Deus

O sentido exato de seu papel, sua vontade de ocultamento, fizeram do Batista uma figura sempre atual através dos séculos. Não se pode falar dele sem falar de Cristo, mas a Igreja não lembra nunca a vinda de Cristo sem lembrar do Precursor. O Precursor não está unido apenas à vinda de Cristo, mas também à sua obra, que anuncia: a redenção do mundo e sua reconstrução até a Parusia. Todos os anos a Igreja nos faz atual o testemunho de João e de sua atitude frente a sua mensagem. Deste modo, João está sempre presente durante a liturgia de Advento. Na realidade, seu exemplo deve permanecer constantemente diante dos olho das Igreja. A Igreja, e cada um de nós nela, tem com missão preparar os caminhos do Senhor, anunciar a Boa Notícia. Mas recebê-la exige a conversão. Entrar em contato com Cristo supõe o desprendimento de si mesmo. Sem esta ascese, Cristo pode estar no meio de nós sem ser reconhecido (Jo l, 26).

Como João, a Igreja e seus fiéis têm o dever que não cobrir a luz, mas de dar testemunho dela (Jo 1, 7). A esposa, a Igreja, deve ceder o posto ao Esposo. Ela é testemunho e deve ocultar-se diante daquele a quem testemunha. Papel difícil o estar presente no mundo, firmemente presente até o martírio. como João, sem impulsionar uma "instituição" em vez de impulsionar a pessoa de Cristo. Papel missionário sempre difícil o de anunciar a Boa Notícia e não uma raça, uma civilização, uma cultura ou um país: "É preciso que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3, 30). Anunciar a Boa Notícia e não uma determinada espiritualidade, uma determinada ordem religiosa, uma determinada ação católica especializada; como João, mostrar a seus próprios discípulos onde está para eles o "Cordeiro de Deus" e não cercá-los como se fôssemos nós a luz que vai iluminá-los.Esta deve ser uma lição sem presente e necessária, bem como a da ascese do deserto e a do recolhimento no amor para dar melhor testemunho.

A eloquência do silêncio no deserto é fundamental a todo verdadeiro e eficaz anúncio da Boa Notícia. Origens escreve em seu comentário sobre São Lucas (Lc 4): Quanto a mim, penso que o mistério de João realiza-se no mundo ainda hoje". A Igreja, na realidade, continua o papel do Precursor; nos mostra Cristo, nos encaminha à vinda do Senhor.Durante o Advento, a grande figura do Batista apresenta-se viva para nós, homens do século XX, a caminho do dia de Cristo. O próprio Cristo, retomando o texto de Malaquias (3,1), fala-nos de João como "mensageiro" (4); João designa a si mesmo como tal. São Lucas descreve João como um pregador que chama à conversão absoluta e exige a renovação: "Que os vales se levantem, que montes e colinas se abaixem, que o torcido se endireite, e o escabroso se iguale. Será revelada a glória do Senhor e todos os homens a verão juntos". Assim se expressava Isaías (40, 5-6) em um poema tomado por Lucas para mostrar a obra de João. Trata-se de uma renovação, de uma mudança, de uma conversão que reside, sobre tudo, em um esforço para voltar à caridade, ao amor aos demais (Lc 3, 10-14).

Lucas resume em uma frase toda a atividad de João:

"Anunciava ao povo a Boa Notícia" (Lc 3, 18).

Preparar os caminhos do Senhor, anunciar a Boa Notícia, é o papel de João e ele nos exorta a que nós desempenhemos.

Hoje, este papel não é mais simples nos tempos de João e incumbe a cada um de nós.

O martírio de João teve sua orgime na franca honestidade com que denunciou o pecado.

João Batista anunciou o Cordeiro de Deus. Foi o primeiro a chemar Cristo desta maneira.

Citemos aqui o belo Prefácio introduzido em nossa liturgia para a festa do martírio de São João Batista, que resume admiravelmente sua vida e seu papel:

"Porque ele saltou de alegria no ventre de sua mãe, ao chegar o Salvador dos homens, e seu nascimento foi motivo de alegria para muitos. Ele foi escolhido entre todos os profetas para mostrar às pessoas o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Ele batizou no Jordão o autor do batismo, e a água viva tem desde então poder de salvação para os homens. E ele deu, por fim, seu sanguee como supremo testemunho do nome de Cristo".

Fonte: acidigital.com

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A FIGURA DA ESPERA: ISAÍAS

A escolha das leituras do Advento tem nos colocado em frequente contato com Isaías.



Convém refletir um pouco sobre sua personalidade. Os textos evangélicos não dizem nada da personalidade do profeta Isaías, mas o citam. Podemos até mesmo dizer que, frequentemente, pode-se advinhá-lo presente no pensamento e até nas palavras de Cristo.

É o profeta por excelência do tempo da espera; está espantosamente perto, é entre os nossos, de hoje. Está presente por seu desejo de libertação, desejo do absoluto de Deus; o é na lógica bravura de toda sua vida que é luta e combate; o é até em sua arte literária, na qual nosso século volta a encontrar seu gosto pela imagem desnuda mas forte até a crueza.

É um desses violentos aos quais o Reino é prometido por Cristo.

Tudo deve ceder perante este visionário, emocionado pelo esplendor futuro do Reino de Deus inaugurado com a vinda de um Príncipe de paz e justiça. Encontramos em Isaías esse poder tranqüilo e inquebrantable do que está possuído pelo Espírito que anuncia, sem outra alternativa e como que pesando as coisas que diz o Senhor.

O profeta não é conhecido por outra coisa além de suas obras, mas estas são tão características que através delas podemos adivinhar e amar sua pessoa. Surpreendente proximidade desta grande figura do século VIII antes de Cristo, que sentimos no meio de nós, cotidianamente, dominando-nos desde sua altura espiritual.

Isaías viveu em uma época de esplendor e prosperidade. Rara vez os reinos de Judá e Samaria haviam conhecido tal otimismo e sua posição política lhes permite sonhos ambiciosos. Sua religiosidade atribui a Deus a fortuna política e a religião espera dele novos sucessos. Em meio deste frágil paraíso, Isaías vai erguer-se valorosamente e cumprir sua missao: mostrar a seu povo a ruína que o espera por sua negligência.Pertencente sem dúvida à aristocracia de Jerusalém, alimentado pela literatura de seus predecessores, principalmente Amós e Oséias, Isaías prevê como eles, inspirado por seu Deus, o que será a história de seu país. Superando a situação presente na qual se misturam covardias e compromissos, vê o castigo futuro que direcionará os caminhos tortuosos.Lodts escreve dos profetas: "Achando até mesmo reclamar uma volta atrás, exigiam um salto adiante. Estes reacionários eram, ao mesmo tempo, revolucionários". Assim as coisas, Isaías foi arrebatado pelo Senhor "no ano da morte do rei Ozias", por volta do ano 740, quando estava no templo, com os lábios purificados por uma brasa trazida por um serafim (Is 6, 113). A partir deste momento, Isaías já não se pertence. Não porque seja um simples instrumento passivo nas mãos de Yahvé; ao contrário, todo seu dinamismo vai ser colocado a serviço de seu Deus, convertendo-se em seu mensageiro. Mensageiro terrível que anuncia o despojo de Israel ao que só lhe restará um pequeno sopro de vida. O início da obra de Isaías, que originará a lenda do boi e do asno no presépio, marcam seu pensamento e seu papel. Yahvé é todo para Israel, mas Israel, mais estúpido que o boi que conhece seu dono, ignora seu Deus (Is 1, 2-3).



A Donzela dará à luz



Mas Isaías não se isolará no papel de pregador moralizante. E assim se torna para sempre o grande anunciador da Parusia, da vinda de Yahvé. Assim com Amós tinha se levantado contra a sede de dominação que avivava a brilhante situação de Judá e Samaria no século VIII, Isaías prediz os cataclismas que se desencadearão no dia de Yahvé (Is 2, 1-17). Esse dia será para Israel o dia do juízo.

Para Isaías, como mais tarde para São Paulo e São João, a vinda do Senhor traz consigo o triunfo da justiça. Por outro lado, os capítulos 7 al 11 vão nos descrever o Príncipe que governará na paz e na justiça (ls 7, 10-17).

É fundamental familiarizar-se com o duplo sentido do texto. Áquele que não entrar na realidade ambivalente que este comunica, será totalmente impossível compreender a Escritura, inclusive certas passagens do Evangelho, e viver plenamente a liturgia.

Com efeito, no evangelho do primeiro domingo de Advento sobre o fim do mundo e a Parusia, os dois significados do Advento deixam constância desse fenômeno propriamente bíblico no qual uma dupla realidade se significa por um mesmo e único acontecimento. O reino de Judá vai passar pela devastação e a ruína.

O nascimento de Emanuel, "Deus conosco", reconfortará um reino dividido pelo cisma de dez tribos. O anúncio deste nascimento promete, pois, aos contemporâneos de Isaías e aos ouvinte de seu oráculo, a sobrevivência do reino, apesar do cisma e da devastação. Príncipe e profeta, esse menino salvará por si mesmo seu país.



A Idade de Ouro

Mas, por outro lado, a apresentação literária do oráculo e o modo como Isaías insiste no caráter libertador deste menino, cujo nascimento e juventude são dramáticos, fazem pressentir que o profeta vê neste menino a salvação do mundo. Isaías destaca em suas profecias ulteriores os traços característicos do Messias. Aqui se contenta em indicá-los e reserva para mais tarde tratá-los um a um e modelá-los. O profeta descreve deste modo a este rei justo: (Is. 11, 1-9).

Ezequias vai subir ao trono e este poema é escrito para ele. Mas, como um homem frágil pode reunir em si tão eminentes qualidades? Não vislumbra Isaías o Messias através de Ezequias?

A Igreja o entende assim e lê esta passagem, sobre a chegada do justo, no segundo domingo de Advento. No capítulo segundo de sua obra, vimos Isaías anunciando uma Parusia que ao mesmo tempo será um juízo. No capítulo 13, descreve a queda da Babilônia tomada por Ciro. E novamente, nos convida a superar este acontecimento histórico para ver a vinda de Yahvé em seu "dia". A descrição dos cataclismas que se produzirão será tomada por Joel e voltaremos a encontrá-las no Apocalipse (Is 13, 9-ll).

Esta vinda de Yahvé esmagará àquele que quis igualar-se a Deus. O Apocalipse de João recorrerá a imagens parecidas para descrever a derrota do diabo (cap. 14).

Nos maitines do 4.° domingo de Advento, voltamos a encontrá-lo no momento em que descreve o advento de Yahvé: "A terra abrasada se tornará fresca, e o país árido em manancial de águas" (35, 7). É reconhecido o tema da maldição da criação no Gênesis. Mas Yahvé volta para reconstruir o mundo. Ao mesmo tempo, Isaías profetiza a ação curativa de Jesus que anuncia o Reino: "Os cegos vêem, os coxos andam", sinal que João Batista toma deste poema de Isaías (35, 5-6).

Poderíamos sintetizar toda a obra do profeta reduzindo-a a dois objetivos:

· O primeiro, chegar à situação presente, histórica, e remediá-la lutando.

· O segundo, descrever um futuro messiânico mais distante, uma restauração do mundo.

Assim vemos Isaías como um enviado de seu Deus a quem viu cara a cara. O profeta não cessa de falar dele em cada linha de sua obra. E, contudo, em suas descrições se distingue por mostrar como Yahvé é o Santo e, portanto, o impenetrável, o separado, Aquele que não se deixa conhecer. Ou, melhor, o conhecer por suas obras que, antes de mais nada, é a justiça. Para restabelecê-la, Yahvé intervém continuamente na marcha do mundo.

Fonte: acidigital.com

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós.


Primeira Aparição da Virgem Maria

Era sábado de madrugada, pouco antes do amanhecer, ele estava em seu caminho, a seguir seu culto divino e empenhado em sua tarefa. Ao chegar no topo da montanha conhecida como Tepeyacac, o dia amanhecia e ele ouviu cantos acima da montanha, assemelhando-se a cantos de vários lindos pássaros. De vez em quando, as vozes cessavam e parecia que o monte lhes respondia. O som, muito suave e deleitoso, sobrepassava do "coyoltototl" e do "tzinizcan" e de outros pássaros lindos que cantam. Juan Diego parou, olhou e disse para si mesmo: “Porventura, sou digno do que ouço? Será um sonho? Estou dormindo em pé? Onde estou? Será que estou agora em um paraíso terrestre de que os mais velhos nos falam a respeito? Ou quem sabe estou no céu?". Ele estava olhando para o oriente, acima da montanha, de onde vinha o precioso canto celestial e então de repente houve um silêncio. Então, ouviu uma voz por cima da montanha dizendo-o: "Juanito, Juan Dieguito.". Ele com coragem foi onde o estavam chamando, não teve o mínimo de medo, pelo contrário, encorajou-se e subiu a montanha para ver. Quando alcançou o topo, viu uma Senhora, que estava parada e disse-lhe para se aproximar. Em Sua presença, ele maravilhou-se pela Sua grandeza sobre humana  Seu vestido era radiante como o sol, o penhasco onde estavam Seus pés, penetrado com o brilho, assemelhava-se a uma pulseira de pedras preciosas e a terra cintilava como o arco-íris. As "mezquites", "nopales", e outras ervas daninhas que ali estavam, pareciam como esmeraldas, sua folhagem como turquesas e seus ramos e espinhos brilhavam como ouro. Ele inclinou-se diante Dela e ouviu Sua palavra, suave e cortês, como alguém que encanta e cativa muito. Ela disse-lhe “Juanito, o mais humilde dos meus filhos, onde você está indo?” Ele respondeu: “Minha Senhora e Menina, eu tenho que chegar na Sua igreja no México, Tlatilolco, para seguir as coisas divinas, que nos dão e ensinam nossos sacerdotes, delegados de Nosso Senhor.”. Ela, então disse-lhe: “Saiba e entenda, você é o mais humilde dos meus filhos, Eu, a Sempre Virgem Maria, Mãe do Deus Vivo por quem nós vivemos, do Criador de todas as coisas, Senhor do céu e da terra. Eu desejo que um templo seja construído aqui, rapidamente; então, Eu poderei mostrar todo o meu amor, compaixão, socorro e proteção, porque Eu sou vossa piedosa Mãe e de todos os habitantes desta terra e de todos os outros que me amam, invocam e confiam em mim. Ouço todos os seus lamentos e remédio todas as suas misérias, aflições e dores. E para realizar o que a minha clemência pretende, vá ao palácio do Bispo do México e lhe diga que Eu manifesto o meu grande desejo, que aqui neste lugar seja construído um templo para mim. Você dirá exatamente tudo que viu, admirou e ouviu. Tenha certeza que ficarei muito agradecida e lhe recompensarei. Porque Eu farei você muito feliz e digno da minha recompensa, por causa do esforço e fadiga que você terá, para cumprir o que Eu lhe ordeno e confio. Observe, você ouviu minha ordem, meu humilde filho, vá e coloque todo seu esforço.” Neste ponto ele inclinou-se diante Dela e disse: "Minha Senhora, Eu estou indo cumprir Tua ordem, agora me despeço de Ti, Teu humilde servo". Logo desceu para cumprir sua tarefa e foi em linha reta pela estrada, até a Cidade do México.



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os Santos Anjos e as Virtudes Teologais




Cada verdadeiro crescimento na vida espiritual vem de um regresso aos seus princípios essenciais, vividos no dia a dia com amor coerente. O crescimento na vida espiritual significa um aumento da fé, da esperança e da caridade (as chamadas virtudes teologais). Isto manifesta-se num fervor crescente na oração e na prática das virtudes.Em relação à nossa vida espiritual, a tarefa dos Anjos consiste em exortar-nos e ajudar-nos a darmos a DEUS, com a Sua graça, a resposta certa, e em defender-nos do inimigo, sobretudo das suas ciladas subtis.
Porém, o que torna a vida espiritual tão difícil é que a  consiste em estar-se convencido da verdade divina, enquanto a razão permanece na escuridão. Quanto mais crescermos na , tanto mais nos abandonaremos a DEUS que nos guia nesta "escuridão", porque a  é estar convencido das coisas que não se vêem (cf. Carta aos Hebreus 11,1). Isto exige muitas vezes a renúncia ao nosso próprio conhecimento natural, que nos parece ser tão claro e lúcido. São João da Cruz mostra-nos que o abandono a DEUS se vai tornando cada vez mais difícil, porque as provações são cada vez mais duras, mais exigentes. Além disso, a infusão da luz divina na alma é um processo muito doloroso de purificação. A  e a fidelidade a DEUS são as primeiras características dos Santos Anjos, porque só pela humildade da  puderam, em união com São Miguel, permanecer fiéis a DEUS.
esperança aspira a um bem muito grande, até mesmo infinito: a visão beatífica na união de amor com DEUS. Mas no caminho para esta união, a dada altura depara-se com a Cruz. Além disso a alma, consciente da sua indignidade, sofre muitas vezes com pensamentos como este: "Quem sou eu para que DEUS possa ter-me tão grande amor?" Quanto mais DEUS estimula esta união, purificando a alma cada vez mais, tanto mais lhe parecerá, a ela, que Ele é antes o seu inimigo, e a própria miséria, que se manifesta, ameaça esmagá-la (cf. S. João da Cruz, Noite escura, II,6).
esperança dos Anjos, durante a sua provação, estava totalmente posta na bondade divina, visto que a escuridão desta mesma provação parecia ter malogrado todas as suas esperanças e expectativas naturais. Tal como Abraão, eles deviam esperar contra toda a esperança, com  e confiança, na bondade de DEUS. Consideremos esta loucura: o sacrifício do filho de Abraão trouxe em si o germe da esperança, precisamente porque era uma prefiguração do sacrifício redentor do FILHO de DEUS.São Gabriel trouxe este mistério da esperança universal, quando veio anunciar a MARIA a Encarnação do FILHO de DEUS.
O fruto do amor é a união, e todos os homens têm a ânsia desta felicidade. Mas oamor de Nosso Senhor leva a alma à solidão e exige a abnegação: Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo aborrece a sua vida conservá-la-á para a vida eterna (Jo 12,25).
Na sua provação, os Anjos tinham que 'morrer' misticamente, porque DEUS lhes deu a conhecer que seria dada preferência aos homens, embora estes, por natureza, estejam muito abaixo dos Anjos. O plano salvífico de DEUS concentra-se principalmente na salvação do homem, plano que seria realizado pelo VERBO Encarnado do PAI, a Quem os Anjos também reconhecem como sua Cabeça (cf. Ef 1,20ss; Col 1,16ss). O amor de preferência que DEUS tem pelo homem é a base de toda a economia da salvação (cf. Heb 2,16; João Paulo II, audiência geral de 9 de Julho 1986).
Foi este pensamento que acendeu no maligno uma raiva fortíssima, o ódio e a inveja contra a humanidade. Mas os Anjos que amorosamente se sujeitaram a este plano divino, foram confirmados em graça, elevados à glória e tornaram-se participantes do plano divino, "tanto que nalguns momentos os vemos realizar tarefas fundamentais em nome de DEUS mesmo" (João Paulo II, ibid.). Na sua provação os Anjos aceitaram a 'cruz' do amor insondável de DEUS, e a sua recompensa foi a glória celeste e uma profunda caridade para com os homens. São Rafael é um exemplo maravilhoso deste grande amor que o Anjo tem aos homens (Cf. o livro de Tobias).

Obra dos Santos Anjos

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Os Santos Anjos e a Virgem Maria


"O Senhor Deus disse à serpente: "Por teres feito isto. serás maldita entre todos os animais domésticos e entre os animais ferozes dos campos. Rastejarás sobre o teu ventre, alimentar-te-ás de terra todos os dias da tua vida. Farei reinar a inimizade entre ti a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar"" (Gn. 3, 14-15)
O drama do surgimento do pecado no homem com todas as consequências para a nossa natureza e história fez brotar do "Coração" de Deus a maior de todas as misericórdias: o mistério da Redenção, ou seja, o desígnio de salvar e resgatar a humanidade da sua condição de pecadora.


                                                         A IMACULADA CONCEIÇÃO

"Para vir a ser Mãe do Salvador "foi adornada por Deus com dons dignos de uma tão grande missão" (LG 56). O Anjo Gabriel, no momento da Anunciação, saúda-A como "Cheia de Graça" (Lc. 1, 28). Efectivamente para poder dar o assentimento da Sua fé ao anúncio da Sua vocação, era necessário que Ela fosse totalmente movida pela graça de Deus. Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria "cumulada de graça "por Deus tinha sido resgatada desde a Sua conceição. É o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 por Pio IX: "A bem-aventurada Virgem Maria foi, no primeiro instante da Sua conceição, por uma graça e favor singular de Deus Omnipotente, em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, preservada intacta de toda a mancha do pecado original" (DS 2803).
Esta "brilhante santidade singular", de que foi "enriquecida desde o primeiro instante da Sua conceição" (LG 56), vem-Lhe totalmente de Cristo: foi "remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos de Seu filho" (LG 53). Mais que toda e qualquer outra pessoa criada o Pai A "encheu de toda a espécie de bênçãos espirituais (nos Céus) em Cristo" (Ef. 1,3). "N'Ele A escolheu antes da criação do mundo, para ser na caridade santa e irrepreensível na Sua presença" (Ef. 1. 4). Pela graça de Deus, Maria manteve-se pura de todo o pecado pessoal ao longo de toda a vida" (Cat. Ig. Cat. n° 491 a 493).

                             O ANJO FOI O PRIMEIRO A REZAR À VIRGEM



"Este duplo movimento de oração a Nossa Senhora encontra expressão privilegiada na oração da "AVE MARIA":

"Avé Maria": a saudação do Anjo Gabriel abre esta oração. É o próprio Deus que, por intermédio do Seu Anjo, saúda Maria.
"Cheia de Graça, o Senhor é conVosco": as duas palavras da saudação do Anjo esclarecem-se mutuamente. Maria é cheia de graça, porque o Senhor está com Ela. A graça de que Ela é cumulada é a presença d 'Aquele que é a fonte de toda a graça. "Solta brados de alegria (...) filha de Jerusalém (...); o Senhor teu Deus está no meio de ti" (Sof. 3, 14.17a ). Maria, em quem o próprio Senhor vem habitar, é em pessoa a filha de Sião, a arca da aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: é "a morada de Deus com os homens" (Ap. 21 ,3). "Cheia de graça", Ela dá-Se toda Aquele que n'Ela vem habitar e que Ela vai dar ao mundo" (Cat. Ig. Cat. n° 2676).

Também nós, muitas vezes, com o Anjo, digamos: AVÉ MARIA!
Opus Angelorum.