Santa Mãe de Deus, socorrei-nos!!!!
Há mais de 400 anos, no Equador, a Virgem Santíssima anunciou que seria especialmente conhecida no século XX. Madre Mariana de Jesus Torres, uma das fundadoras do Mosteiro Real da Imaculada Conceição de Quito, foi uma grande mística que abraçou o estado de perfeição evangélica conforme o ensinamento do próprio Nosso Senhor Jesus Cristo e o levou a grau de heroicidade. Deus a escolheu para ser depositária de uma série de revelações a propósito do século em que viveu e também dos futuros. Foi a ela que Nossa Senhora apareceu ordenando que mandasse esculpir uma imagem sob a invocação de Nossa Senhora do Bom Sucesso.
Nascida na Espanha, na Província de Viscaya, no ano do Senhor de 1563, Mariana bem cedo sentiu a vocação religiosa. Aos 13 anos de idade, com permissão do Rei Filipe II, abandonou seu país, juntamente com sua tia, Madre Maria de Jesus Talvada, e partiu para Quito, cidade situada em terras de colonização espanhola na América do Sul, a fim de ali estabelecer o primeiro mosteiro nas Américas em honra da Imaculada Conceição.
Entre os atributos santíssimos de Nossa Senhora, um dos que mais provoca a indignação e o ódio de Lúcifer é, certamente, a Imaculada Conceição. Nossa Senhora, escolhida para ser Mãe do Divino Salvador, concebida sem pecado original, co-redentora e medianeira universal de todos os dons divinos, foi fiel a todas as graças desde o primeiro instante de sua concepção e, em nenhum momento, foi escrava do demônio, tendo sido elevada aos Céus e coroada como Rainha dos Céus e da Terra.
As potestades infernais não poderiam ficar satisfeitas com a extensão da devoção à Imaculada Conceição por toda a Terra. Não espanta, assim, que uma terrível tempestade tenha ameaçado naufragar a embarcação em que viajavam as religiosas espanholas. Em meio à tormenta, Madre Maria e a menina viram no mar uma serpente monstruosa de sete cabeças, que movimentando as ondas ameaçava destroçar a frágil embarcação.
A menina deu um grito e caiu desfalecida. Sua tia, Madre Maria, pediu a Deus que as salvassem naquele grande perigo. Terminada esta oração, a tempestade milagrosamente cessou, o dia clareou e ouviram o clamor de terrível voz, dizendo: 'Não permitirei a fundação; não permitirei que progrida; não permitirei que se conserve até o fim dos tempos e a todo momento a perseguirei'.
No dia 13 de janeiro de 1577, na fundação do Real Mosteiro da Imaculada Conceição, professaram as sete religiosas fundadoras, nas mãos de um sacerdote franciscano. Mariana de Jesus não pode participar da cerimônia por ter apenas treze anos. É nesse local bendito que, durante 59 anos, dar-se-á a longa Via Crucis desta grande mística, crescida à sombra da Cruz e transformada em vítima expiatória da justiça divina.
A esta alma - esculpida por longos anos de penitências, orações e sacrifícios - Nossa Senhora apareceu diversas vezes sob a invocação do Bom Sucesso. O Mosteiro da Imaculada Conceição sempre estivera sob a assistência religiosa dos Frades Franciscanos. No entanto, algumas freiras relapsas quanto à Regra não aceitando a influência franciscana, urdiram uma conspiração e conseguiram de Roma que o Convento ficasse sob a tutela do Bispo local.
Vendo o abandono em que ficaram as religiosas fiéis e o risco de extinção do Mosteiro, Nossa Senhora apareceu à Madre Mariana de Jesus Torres: 'É vontade de meu Filho Santíssimo que tu mesma mandes executar uma estátua minha, tal como me vês e a coloques sobre a cátedra da Priora. Colocareis em minha mão direita o báculo e as chaves da clausura, em sinal de minha propriedade e autoridade. Colocarás em minha mão esquerda o meu Divino Filho. Eu mesma governarei este meu Convento'.
Neste momento os três Arcanjos, São Miguel, São Rafael e São Gabriel, que A assistiam, fizeram uma profunda reverência diante de Nossa Senhora e com enorme respeito ergueram a coroa. Ela, então, tomou o cordão e colocou uma das extremidades sobre sua cabeça e ordenou que Madre Mariana tocasse com a outra nos seus pés. Ora, como o cordão era muito curto, houve um milagre e ele esticou-se até alcançar a altura exata da Virgem.
'Aqui tens minha filha, a medida de tua Mãe do Céu, entrega-a a meu servo Francisco del Castillo, explicando-lhe minhas feições e minha postura: ele trabalhará exteriormente minha imagem porque tem consciência delicada e observa escrupulosamente os mandamentos de Deus e da Igreja. Nenhum outro será digno desta graça. Tu, de tua parte, ajuda-o com tuas orações e com teu humilde sofrimento'. Cheia de encanto a Madre tomou aquela preciosíssima relíquia e durante toda a vida a levou consigo'.
Francisco del Castillo, por sua vez, disse que se sentia indigno de ser o escultor de tão insigne imagem, mas que o faria da melhor maneira possível. Perguntado em quanto sairia o trabalho, respondeu que não cobraria nada e que se dava por muito bem pago por ter sido escolhido para tão sublime missão. Confessou-se, comungou e no dia 15 de setembro de 1.610 iniciou a tão esperada obra. Trabalhou longos dias a fio, sempre sob a orientação de Madre Mariana de Jesus Torres. Quando faltavam apenas alguns retoques finais, viu-se que a imagem, ainda que satisfatória, nem de longe representava o que a Madre havia presenciado. Francisco então saiu em viagem à procura de tintas para concluir o trabalho.
Como a Madre Mariana descreve o milagre: 'Na oração da Comunidade da tarde do dia 15, Deus preveniu-me que, na madrugada do dia 16, eu presenciaria suas misericórdias em favor de nosso Convento e do povo em geral. Pediu que me preparasse para receber essas graças com penitência e orações noturnas.
Assim o fiz. Os Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael dirigiram-se para o trono da Rainha dos Céus. São Miguel, saudando-A submisso, disse:
- 'Maria Santíssima, Filha de Deus Pai'.
E São Gabriel acrescentou:
- 'Maria Santíssima, Mãe de Deus Filho'.
E São Rafael concluiu:
- 'Maria Santíssima, Esposa Puríssima do Espírito Santo'.
'Em seguida chamaram a milícia celeste e cantaram todos juntos: Maria Santíssima, Templo Sacrário da Santíssima Trindade'.
'Nisto apareceu S. Francisco de Assis, acompanhado pelos três Arcanjos e seguidos da milícia celeste. Aproximaram-se então da Imagem semiconcluída e, num instante, a refizeram.
'Entrementes, a Imagem estava totalmente iluminada como se estivesse no meio do sol. A Santíssima Trindade olhava comprazida e os anjos cantavam o 'Salve Sancta Parens'.
'A Rainha dos Anjos, no meio de todas essas alegrias, aproximou-se da Imagem e nela penetrou, à maneira de raios do sol que incidem em formosos cristais. Naquele momento a Imagem ficou resplandescente, como se adquirisse vida e cantou com celeste harmonia o 'Magnificat'! Isto aconteceu às três horas da manhã'.
'Essa obra não é minha'
No dia seguinte, como era esperado, Francisco, o escultor, chegou de viagem com as tintas. Quando viu a imagem assim concluída caiu de joelhos e exclamou:
'Madres, que vejo? Esta primorosa Imagem não é obra minha! Não sei o que sente o meu coração: mas é obra angélica, pois um trabalho desse gênero não se pode produzir na terra com mão de frágil barro. Oh não! Escultor algum, por hábil que seja, poderá jamais imitar sequer tanta perfeição e tão maravilhosa beleza'.
Levantando-se em seguida, pediu papel e tinta para lavrar um documento, jurando que aquela bendita Imagem não fora obra sua, mas de anjos, porque a encontrara acabada de outra maneira, que não aquela deixada no coro superior do Mosteiro da Imaculada Conceição, seis dias antes.
FONTE: Albummaezinhablogspot.com
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