Em união com todos os Santos Anjos

"Sanctus, Sanctus, Sanctus. Dóminus, Deus Sábaoth Pleni sunt caeli et terra Glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit In nómine Dómini, Hosánna in excélsis.

Blog Santo Anjo da Guarda

domingo, 30 de novembro de 2014

Primeirodomingo do Advento

 Vinde Senhor Jesus!
 
Um novo tempo!
 
Com quatro semanas antecedendo o Natal, iniciamos o Advento (adventus, em latim - significa vinda, chegada) inicia um tempo novo na Igreja, um novo Ano Litúrgico que diferencia do ano civil.
Este novo tempo nos prepara para acolher o Senhor que vem. É um tempo de espera e esperança, de atenção e vigilância e esperar uma pessoa muito especial requer cuidados e uma alegre preparação.

Como o próprio nome indica, o Advento nos mergulha no mistério da “vinda” de Jesus que veio um dia e entrou na nossa história, que vem cada dia ao nosso encontro e que também voltará no fim dos tempos...
Aproveitemos este tempo de graças e preparemos nosso coração para acolher o menino Rei de nossas vidas!
 
Abençoado Advento! E muitas alegrias aos que esperam Jesus com esperança.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ADVENTO


 
 
Aproxima um novo Ano Litúrgico: o ADVENTO!
No próximo domingo celebraremos a Solenidade de CRISTO REI e encerrando o Tempo Comum nos preparamos para início de um novo Ano Litúrgico, o Advento!
 
O Ano Litúrgico é o tempo que marca as datas dos acontecimentos da História da Salvação. Não é como o ano civil, que começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de dezembro, mas começa no 1º domingo do Advento (preparação para o Natal) e termina no último sábado do tempo comum, que é na véspera do 1º domingo do Advento.
 
O termo Advento (adventus, em latim) tem como significado: vinda, chegada. Os primeiros traços da existência de um período de preparação para o Natal aparecem no século V, quando São Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor. É também do final desse século a "Quaresma de São Martinho", que consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho.
 
São Gregório Magno (590- 604) foi o primeiro Papa a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo em prover missas próprias para os domingos desse tempo litúrgico.
 
No século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa São Nicolau I (858-867) aos búlgaros. E no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência. Apesar do caráter penitencial do jejum ou abstinência, a intenção dos papas, na alta Idade Média, era produzir nos fiéis uma grande expectativa pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos. O vocábulo de origem pagã (inicialmente) ganha sentido bíblico e escatológico de "Parusia".
 
"O VERBO DIVINO se fez carne e habitou entre nós"!
 
JESUS assume nossa humanidade, sem deixar de ser DEUS. Esse grande acontecimento precisa ser preparado e celebrado dignamente por cada um de nós a cada ano. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados/as a esperar JESUS que vem no Natal e no fim dos tempos.
 
(Fonte: Arautos do Evangelho)

Sanctus

"Do mesmo modo, a vida da Igreja se beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos Anjos.
Em sua Liturgia, a Igreja se associa aos Anjos para adorar o DEUS três vezes SANTO; ela invoca sua assistência... " (CIC 334).

SANTO, SANTO, SANTO, Senhor Deus do universo. O céu e a terra proclama a vossa glória, hosana nas alturas. Bendito que vem em nome do Senhor, hosana nas alturas.

 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Dom Athanasius Schneider: "Votar a verdade divina e a Palavra de Deus é indigno"



 Em entrevista ao portal PCH24, Dom Athanasius Schneider, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Maria, em Astana (Cazaquistão), analisa o estado da Igreja após o recente Sínodo sobre a família e o debate sobre a possibilidade de dar a comunhão aos divorciados recasados. O prelado disse que no sínodo foi uma manipulação clara por alguns prelados e elogia o trabalho dos jornalistas católicos e blogueiros que "se comportaram como bons soldados de Cristo e alertou para a agenda clerical que procuraram minar a doutrina perene de Nosso Senhor"

Sínodo

Durante o Sínodo houve momentos de óbvia manipulação por parte de alguns clérigos que ocupavam posições chaves na estrutura editorial e de governo do sínodo. O relatório preliminar ou relatio post disceptationis foi claramente um texto pré-fabricado[...] Nos parágrafos sobre a homossexualidade, a sexualidade e os “divorciados recasados”, o texto é o reflexo de uma ideologia neo-pagã radical[...] Graças a Deus e às orações dos fiéis do mundo inteiro, um número importante de padres sinodais rejeitou resolutamente essa agenda; essa agenda que reflete o pensamento dominante corrompido e pagão do nosso tempo, que está sendo imposto em todo o mundo por meio da pressão política e através dos quase onipotentes veículos de comunicação de massa oficiais, que são leais aos princípios do partido mundial da ideologia de gênero. Tal documento sinodal, mesmo que seja apenas preliminar, é uma verdadeira vergonha. Ele dá uma ideia da extensão do espírito mundano anti-cristão que já penetrou a tal nível na vida da Igreja [...] Felizmente a Mensagem dos padres sinodais é um verdadeiro documento católico que expõe a verdade divina sobre a família sem se calar sobre as raízes mais profundas dos problemas, ou seja, a realidade do pecado. Ele oferece uma verdadeira coragem e consolo às famílias católicas.

Mandamento divino irrevogável
Há um mandamento divino, o sexto mandamento, sobre a absoluta indissolubilidade do matrimônio sacramental, uma lei estabelecida de modo divino, que proíbe àqueles que se encontram num estado de pecado grave de ter acesso à Santa Comunhão. Esse é o ensinamento de São Paulo em sua Carta inspirada pelo Espírito Santo (I Cor 11, 27-30). Isso não pode ser submetido a votação, assim como a divindade de Cristo nunca pode ser submetida a votação. Uma pessoa que ainda tem o vínculo matrimonial sacramental indissolúvel, e que apesar disso vive num estado de coabitação marital estável com outra pessoa, em razão da lei divina não pode ser admitida à Sagrada Comunhão. Para fazer o contrário, constituiria uma declaração pública da Igreja legitimando a negação da indissolubilidade do matrimônio cristão, e ao mesmo tempo revogando o sexto mandamento de Deus: “Não cometerás adultério“. Nenhuma instituição humana, nem mesmo o papa ou um Concílio ecumênico, tem autoridade ou competência para invalidar, mesmo de modo mais leve ou mais indireto, um dos dez mandamentos divinos, ou as palavras divinas de Cristo: “O que Deus uniu, o homem não separará“ (Matheus 19,6).

É indigno para votar a verdade divina
A tentativa de colocar a Verdade divina e a Palavra divina em votação não é digna daqueles que, enquanto representantes do Magistério, têm o dever de transmitir com zelo o depósito divino, como servos bons e fiéis (cf. Mt 24, 45). Ao admitir os divorciados recasados à Santa Comunhão, esses bispos estabelecem uma nova tradição, fruto de seu próprio querer, e transgridem assim o mandamento de Deus, pelo quê Cristo repreendeu outrora os fariseus e escribas (cf. Mt 15, 3). E o que é mais agravante é o fato de que esses bispos tentam justificar sua infidelidade à palavra de Cristo por meio de argumentos de necessidade pastoral, de misericórdia, de abertura ao Espírito Santo. Além disso, eles não temem perverter sem escrúpulos, ao modo gnóstico, o sentido verdadeiro dessas palavras, apresentando aqueles que se opõem a eles como rígidos, escrupulosos ou tradicionalistas. Durante a grande crise ariana do século IV, os defensores da divindade do Filho de Deus também eram taxados de intransigências e de tradicionalismo.

Doutrina confusa entre os sacerdotes e fiéis
Isso só faz aumentar a confusão doutrinal entre os padres e fiéis, a ideia que ficará no ar é de que os mandamentos divinos e as palavras divinas de Cristo, assim como as do apóstolo Paulo, são susceptíveis de modificação por decisão humanas. [...] Devemos acreditar firmemente que Deus dissipará esses planos de desonestidade, infidelidade e traição. Cristo segura infalivelmente o leme do navio de Sua Igreja em meio de tal tormenta. Acreditamos e depositamos nossa confiança no verdadeiro chefe da Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Verdade.

Cristo purifica a fé através da prova
Nesses tempos extraordinariamente difíceis Cristo purifica nossa fé católica para que através dessa provação, a Igreja acabe por brilhar mais e se torne realmente sal e luz para esse mundo neo-pagão insípido, graças à fidelidade e à fé simples e pura dos fiéis, dos pequenos da Igreja, da ecclesia docta, a Igreja discente, que em nossos dias dará força à ecclesia docens, a Igreja docente, o Magistério, assim como ocorreu durante a grande crise da fé no século IV.

Incentiva os católicos a serem fiéis ao Catecismo
Devemos encorajar os católicos comuns a permanecerem fiéis ao catecismo que eles aprenderam, a serem fiéis às claras palavras de Cristo no Evangelho, a serem fiéis à fé que lhes foi transmitida por seus pais e antepassados. Devemos organizar grupos de estudos e conferências sobre o ensinamento constante da Igreja sobre a questão do matrimônio e da castidade, convidando para isso especialmente os jovens e os casais casados. Devemos mostrar a beleza de uma vida casta, a beleza do matrimônio cristão e da família, o grande valor da Cruz e do sacrifício em nossas vidas. Devemos apresentar sempre mais os exemplos dos santos modestos que demonstraram, ainda que eles tenham sofrido, as mesmas tentações da carne, e a mesma hostilidade e escárnio do mundo pagão, eles viveram com a graça de Cristo uma vida de alegria na castidade, no seio do matrimônio cristão e da família.

Formação de grupos de apoio para a conversão e santidade
A fé, a fé pura e integral católica e apostólica vencerá o mundo (cf. 1Jo 5,4). Devemos criar e promover grupos de jovens com coração puro, grupos de famílias, grupos de esposos católicos, que se comprometerão a permanecerem fiéis a seus votos matrimoniais. Devemos organizar grupos que ajudarão moralmente e materialmente as famílias divididas, as mães solitárias; grupos que assistirão, pela oração e pelos bons conselhos, os casais separados; grupos de pessoas que ajudarão os “divorciados recasados” a iniciar um processo de conversão séria, reconhecendo com humildade sua situação de pecado que viola o mandamento de Deus e a santidade do sacramento do matrimônio. Devemos criar grupos que ajudarão com prudência as pessoas que têm tendências homossexuais, a fim de fazê-las entrar no caminho da conversão cristã, esse caminho belíssimo e alegre de uma vida casta, e para propor-lhes eventualmente, de modo delicado, uma ajuda psicológica. Devemos demonstrar e pregar aos nossos contemporâneos desse mundo neo-pagão o poder libertador da boa nova, do ensinamento de Cristo: que o mandamento de Deus, incluindo o sexto mandamento, é sabedoria e beleza. “A lei do Senhor é perfeita, reconforta a alma; a ordem do Senhor é segura, instrui o simples. Os preceitos do Senhor são retos, deleitam o coração; o mandamento do Senhor é luminoso, esclarece os olhos” (Salmo 19 (18), 7-8).

A Igreja na Polónia representava a verdade no Sínodo
É sem dúvida uma honra para o catolicismo polonês que o presidente da Conferência episcopal, Sua Excelência Dom Gadecki, tenha defendido com clareza e coragem a verdade de Cristo sobre o matrimônio e a sexualidade humana, revelando-se assim um verdadeiro filho espiritual de São João Paulo II. O cardeal Georges Pell descreveu corretamente a agenda sexual liberal e o apoio pretendidamente misericordioso e pastoral à comunhão para os divorciados recasados que se viu durante o Sínodo, dizendo que se tratava apenas da ponta do iceberg e de um tipo de cavalo de Troia na Igreja.

Jornalista católicos e blogueiros, Soldados de Cristo
Que, no próprio seio da Igreja, exista pessoas que minam o ensinamento de Nosso Senhor, isso se tornou um fato visível para o mundo inteiro, graças à internet e ao trabalho de alguns jornalistas católicos que não ficaram indiferentes ao que ocorria à fé católica, que eles consideram como o tesouro de Cristo. Fiquei feliz ao ver que alguns jornalistas católicos e blogueiros se comportaram como bons soldados de Cristo, chamando a atenção para essa agenda clerical que mina o ensinamento perene de Nosso Senhor. Os cardeais, os bispos, os padres, as famílias católicas, os jovens católicos devem dizer para si mesmos: “Eu me recuso a me conformar com o espírito neo-pagão desse mundo, mesmo se os bispos e sacerdotes o difundem, não aceitarei seu uso falacioso e perverso da santa misericórdia divina e de um “novo Pentecostes”, me recuso a jogar grãos de incenso diante da estátua do ídolo da ideologia de gênero, diante do ídolo do segundo casamento, do concubinato, mesmo que meu bispo o faça, não o farei; com a graça de Deus escolherei sofrer ao invés de trair a verdade integral de Cristo sobre a sexualidade humana e o matrimônio”.
Bispos e cardeais oferecendo incenso aos ídolos neo-pagans
São os testemunhos que convencerão o mundo, e não os docentes, disse o bem-aventurado Paulo VI na Evangelii nuntiandi. A Igreja e o mundo precisa realmente de Deus, da verdade integral das palavras de Cristo sobre o matrimônio. Os fariseus e os escribas clericais modernos, esses bispos e cardeais que jogam grãos de incenso diante dos ídolos neo-pagãos da ideologia de gênero e do concubinato, não convencerão ninguém a crer em Cristo ou a estar disposto a oferecer sua vida por Cristo.

Na verdade, “veritas Domini manet aeternum” (Salmo 116, a verdade do Senhor permanece para sempre), “Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hb 13, 8), e “a verdade vos libertará” (Jo 8, 32). Essa última frase era uma das citações da Bíblia preferidas de São João Paulo II, o papa da família. Podemos acrescentar: a verdade divina revelada e transmitida sem alteração sobre a sexualidade humana e o matrimônio trará a verdadeira liberdade às almas, dentro e fora da Igreja. No meio da crise da Igreja e do mau exemplo moral e doutrinal de alguns bispos de seu tempo, Santo Agostinho reconfortava os simples fiéis com essas palavras: “Quem quer que sejamos, nós bispos, estais em segurança, vós que tendes Deus por pai e sua Igreja por mãe” (Contra litteras Petiliani III, 9-10).

João Paulo II, Papa Família
Na verdade, “veritas Domini manet aeternum” (Salmo 116, a verdade do Senhor permanece para sempre), “Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hb 13, 8), e “a verdade vos libertará” (Jo 8, 32). Essa última frase era uma das citações da Bíblia preferidas de São João Paulo II, o papa da família. Podemos acrescentar: a verdade divina revelada e transmitida sem alteração sobre a sexualidade humana e o matrimônio trará a verdadeira liberdade às almas, dentro e fora da Igreja. No meio da crise da Igreja e do mau exemplo moral e doutrinal de alguns bispos de seu tempo, Santo Agostinho reconfortava os simples fiéis com essas palavras: “Quem quer que sejamos, nós bispos, estais em segurança, vós que tendes Deus por pai e sua Igreja por mãe” (Contra litteras Petiliani III, 9-10).
 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O grande espinho

 
 
"Fui com Ir. Irene para as instruções. Dia por dia mais desejava o Senhor Jesus no meu coração. Grande terror senti do pecado, que tanto desgostava e entristecia o bom Jesus. E dia por dia, ao me levantar dizia a meu 'novo amigo': Meu novo amigo, santo Anjo da Guarda, tenha hoje muito cuidado comigo e não me deixe desgostar o bom Deus. Amém.

Esta oraçãozinha eu mesma a compus e ...repeti durante toda a minha vida, a partir daquele tempo das instruções de um dia em que Ir. Irene nos falara que o bom Jesus morrera pelos pecados de todos os homens. E o que mais vivamente se agravou em minha almazinha de criança foi:' Cada pecado que a gente faz é um espinho grande que a gente enterra na Santa Cabeça do bom Jesus'.

Quando recebemos Jesus em nosso coração, e se depois fazemos um pecado, expulsamos nosso bom Jesus de nosso coração aos empurrões, e deixamos que o demônio entre.

Palavras que se gravaram nitidamente em minha alma e que um verdadeiro horror ao pecado me despertaram. Ah! vezes incontáveis estive por enterrar o 'Grande Espinho' na Santa Cabeça do Senhor, porém meu 'novo Amigo' chegava sempre a tempo de impedir, e daí a doce e segura confiança que lhe tinha".

(Texto extraído do livro "Vi o meu Anjo",. de Cecy Cony - Ir. Antonia)

Como um anjo para os outros

 

Os Anjos falam ao homem do que constitui o seu verdadeiro ser, do que na sua vida com muita frequência está velado e sepultado. Eles chamam-no a reentrar em si mesmo, tocando-o da parte de Deus. Neste sentido também nós, seres humanos, deveríamos tornar-nos sempre de novo anjos uns para os outros anjos que nos afastam dos caminhos errados e nos orientam sempre de novo para Deus.
Se a Igreja antiga chama os Bispos "anjos" da sua Igreja, pretende dizer precisamente o seguinte: "os próprios Bispos devem ser homens de Deus, devem viver orientados para Deus. "Multum orat pro populo" "Reza muito pelo povo", diz o Breviário da Igreja a propósito dos santos Bispos. O Bispo deve ser um orante, alguém que intercede pelos homens junto de Deus. Quanto mais o fizer, tanto mais compreende também as pessoas que lhe estão confiadas e pode tornar-se para elas um anjo um mensageiro de Deus, que as ajuda a encontrar a sua verdadeira natureza, a si mesmas, e a viver a ideia que Deus tem delas.

É tarefa do Bispo, como homem de Deus, fazer espaço para Deus no mundo contra as negações e defender assim a grandeza do homem. E o que se poderia dizer e pensar de maior sobre o homem a não ser que o próprio Deus se fez homem? A outra função de Miguel, segundo a Escritura, é a de protetor do Povo de Deus (cf. Dn 10, 21; 12, 1). Queridos amigos, sede verdadeiramente "anjos da guarda" das Igrejas que vos serão confiadas! Ajudai o povo de Deus, que deveis preceder na sua peregrinação, a encontrar a alegria na fé e a aprender o discernimento dos espíritos: a acolher o bem e a recusar o mal, a permanecer e tornar-se sempre mais, em virtude da esperança da fé, pessoas que amam em comunhão com Deus-Amor.




 



O temor de Deus como fundamento



 A atitude fundamental que os santos Anjos ensinam ao homem é o profundo respeito diante de Deus (cf. Ex 3,2-5; Is 6,1-7; Ap 4,8-11, 5,8, 19,10) e de tudo o que pertence a Ele (Zc 3,2; 2Pd 2,11).
...O temor de Deus é a condição fundamental para qualquer expressão correta diante d’Ele, um pré requisito para o crescimento e o verdadeiro progresso. O temor de Deus protege contra a diluição da verdade sobre Deus, a Sua Palavra e as coisas eternas. O temor de Deus é a âncora forte para o amor à obediência.
Dele fluem o respeito pela Santa Mãe Igreja, por cada sacerdote, sobretudo pelas coisas ou pessoas consagradas, mas também pelos superiores, os irmãos, os idosos, os doentes e os sem ajuda.
O temor de Deus, dom do Espírito Santo, está ligado à confiança (cf. 2Co 3,4, Ef 3,12) que nasce de um coração puro e de uma alma simples e inocente. Esta filial confiança atrai a ajuda de Deus, de Maria e dos santos Anjos.
 
Obra dos Santos Anjos.

sábado, 1 de novembro de 2014

Conheça o Site da Obra dos Santos Anjos

O site da Opus Angelorum (no Brasil) está com nova aparência.

 Nele você poderá conhecer um pouco mais sobre a Obra dos Santos Anjos, se programar para participar dos Recolhimentos/Retiros, além de conhecer nossa Livraria Virtual e apresentar seus pedidos de orações para que as Comunidades dos Irmãos e Irmãs da Santa Cruz rezem por suas intenções.

https://sites.google.com/site/cumsanctisangelis/home

 

Na presença dos anjos!


 
 
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a existência dos seres espirituais, não-corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé” [1]. Os anjos não são uma invenção mitológica. Tratam-se de seres reais, que estão sempre diante de Deus [2], mas agindo em meio aos homens. Por isso, pode-se dizer que, estando na presença dos anjos, os seres humanos nunca estão sozinhos. Deus colocou essas criaturas ao seu lado, não só para os guardarem [3], mas também para se relacionarem com eles – de fato, são muitas as personagens das Escrituras que recebem a assistência e a visita dos anjos de Deus [4].
Ao contrário do que se pensa hoje, os anjos não são figuras “piegas” de contos românticos, mas criaturas realmente terríveis que, se aparecessem diante de nós, incutiriam não só paz e alegria, mas também um grande temor. Como Aslam, a personagem das Crônicas de Nárnia que é uma alegoria de Jesus Cristo, eles são bons e terríveis, ao mesmo tempo [5]. Ou, como Gandalf, da saga “O Senhor dos Anéis”, eles são “perigosos” [6]. Embora tenham grande poder, este se manifesta, sobretudo, em suas inspirações. Os hobbits de “O Senhor dos Anéis” – Frodo, Merry, Pippin e Sam -, no começo do livro, sequer sabiam manusear uma espada. Mas, no fim, eles terminam como heróis, pois foram treinados e capacitados por Gandalf, que é, segundo o próprio Tolkien afirma, uma espécie de anjo.
Os anjos são assim: eles protegem-nos, mas também querem capacitar-nos. Eles são, sim, nossos companheiros, mas são muito maiores do que nós, e o seu serviço, mais do que um simples “fazer a nossa vontade”, é instigar-nos e incomodar-nos, a fim de que façamos a vontade de Deus. Muitas vezes, achamos que os anjos foram colocados ao nosso lado apenas para resolver os nossos problemas materiais ou dar-nos segurança para este mundo. É verdade que eles podem agir como “ministros dos milagres de Deus”, mas seu trabalho principal é inspirar-nos para o serviço de Cristo, com a sua presença ativa e poderosa – “presença virtual”, para usar a linguagem escolástica [7] – junto de nós.
A Igreja, por meio de São Jerônimo, ensina que “grande é a dignidade das almas, pois ao nascer cada uma tem um anjo delegado a sua guarda” [8]. No combate desta vida, no qual o Céu e o Inferno disputam para ganhar as almas, seria desproporcional que elas não tivessem protetores perto de si. Se seria inconcebível manter um carro-forte sem segurança, quanto mais as almas dos homens, que custaram o sangue de Nosso Senhor! Assim se expressa Santo Tomás, na questão 113 da prima pars da Suma Teológica:
“O homem, na vida presente, encontra-se em uma espécie de caminho que deve tender para a pátria. Nesse caminho, são muitos os perigos que o ameaçam, dentro e fora (...). Por isso, aos homens que andam por caminhos não seguros são dados guardas. Assim também a cada homem em sua peregrinação terrestre é delegado um anjo para sua guarda” [9].
É verdade que Deus, sendo onipotente, poderia muito bem agir de modo direto para proteger os homens. Mas a pedagogia divina está desde sempre escolhendo colaboradores para exercer o seu plano de salvação. É preciso que os católicos se libertem da visão arrogante do protestantismo, que despreza a ação de intermediários na redenção humana, quando o próprio Senhor escolheu fazer-se um de nós, submeter-se a Nossa Senhora e a São José e criar a Igreja visível para dispensas as Suas graças em meio aos homens.
“A cada homem”, portanto, “é delegado um anjo para sua guarda” [10], ensina Santo Tomás. Respaldando a opinião de São Jerônimo, o Aquinate afirma ainda que o anjo da guarda é dado ao homem desde o seu nascimento, ao contrário da opinião de quem diz que “o anjo é delegado à guarda do homem desde o batismo”. Ele explica:
“Os benefícios que o homem recebe de Deus pelo fato de ser cristão começam com o batismo; por exemplo, a recepção da Eucaristia e outros semelhantes. Todavia, os benefícios que Deus dispõe para o homem pelo fato de ele ter uma natureza racional lhe são concedidos desde o momento em que, pelo nascimento, adquire tal natureza. Ora, esse benefício é a guarda dos anjos (...). Portanto, tão logo nasce, o homem tem um anjo delegado para sua guarda.” [11]
O Doutor Angélico explica, na mesma questão, que, ainda que peque, isso não afasta do homem o seu anjo da guarda, que nunca o abandona totalmente [12]. E também que os pecados dos homens, embora ofendam os anjos, não os fazem sofrer, já que eles “são perfeitamente bem-aventurados” e, portanto, “nada sofrem” [13].
A doutrina católica tem como bastante sólida a fé nos anjos da guarda. Não se sabe, por outro lado, se existe um “demônio específico” para tentar a cada pessoa e levá-la para o inferno [14]. A verdade é que também os anjos da guarda, embora pertençam aos graus inferiores da hierarquia celeste, também lutam contra os anjos maus, pela nossa salvação.
Quanto ao modo como os anjos agem em nossa vida, Santo Tomás dedica outra questão inteira da Suma Teológica a esse propósito: é a questão 111 da prima pars. Aí, ele explica que, dentre as várias potências do homem, os anjos agem mais nas faculdades sensitivas – no sentido interno da imaginação e nas paixões, principalmente. Eles atuam, por exemplo, quando uma pessoa está trabalhando e tem uma ideia criativa, ou quando está rezando e vem à sua mente alguma cena ou inspiração. Só que têm poder de atuação tanto os anjos bons quanto os demônios. Enquanto estes são intrusivos, os anjos da guarda agem quanto maiores forem a docilidade e a abertura a eles.
Por isso, importa cultivar uma constante devoção aos nossos anjos, aprendendo a viver em sua presença, não indo aonde um deles não iria e evitando toda ação que ofenda a sua dignidade angélica.

Referências

  1. Catecismo da Igreja Católica, 328
  2. Cf. Mt 18, 10
  3. Cf. Catecismo da Igreja Católica, 336
  4. Cf. Gn 3, 24; 19; 21, 17; 22, 11; Ex 23, 20-23; 1 Rs 19, 5; Jz 6, 11-24; 13; Is 6, 6; Lc 1, 11.26
  5. Cf. C. S. Lewis. The Chronicles of Narnia. The lion, the witch and the wardrobe, XII: “People who have not been in Narnia sometimes think that a thing cannot be good and terrible at the same time.”
  6. Cf. As Duas Torres, III, 5: “Perigoso! (...) Eu também sou, muito perigoso: mais perigoso que qualquer outro ser que jamais encontrarão, a não ser que sejam levados vivos diante do trono do Senhor do Escuro”. In: J. R. R. Tolkien. O senhor dos anéis.São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 522
  7. Cf. Suma Teológica, I, q. 52, a. 1
  8. São Jerônimo, Commentariorum in Evangelium Matthaei, III, 18:ML 26, 130 B
  9. Suma Teológica, I, q. 113, a. 4
  10. Suma Teológica, I, q. 113, a. 2
  11. Suma Teológica, I, q. 113, a. 5
  12. Cf. Suma Teológica, I, q. 113, a. 6
  13. Suma Teológica, I, q. 113, a. 7
  14. É este o pressuposto da obra The Screwtape Letters [“Cartas de um Diabo a seu Aprendiz”], de C. S. Lewis.