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Blog Santo Anjo da Guarda

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Dom Athanasius Schneider: "Votar a verdade divina e a Palavra de Deus é indigno"



 Em entrevista ao portal PCH24, Dom Athanasius Schneider, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Maria, em Astana (Cazaquistão), analisa o estado da Igreja após o recente Sínodo sobre a família e o debate sobre a possibilidade de dar a comunhão aos divorciados recasados. O prelado disse que no sínodo foi uma manipulação clara por alguns prelados e elogia o trabalho dos jornalistas católicos e blogueiros que "se comportaram como bons soldados de Cristo e alertou para a agenda clerical que procuraram minar a doutrina perene de Nosso Senhor"

Sínodo

Durante o Sínodo houve momentos de óbvia manipulação por parte de alguns clérigos que ocupavam posições chaves na estrutura editorial e de governo do sínodo. O relatório preliminar ou relatio post disceptationis foi claramente um texto pré-fabricado[...] Nos parágrafos sobre a homossexualidade, a sexualidade e os “divorciados recasados”, o texto é o reflexo de uma ideologia neo-pagã radical[...] Graças a Deus e às orações dos fiéis do mundo inteiro, um número importante de padres sinodais rejeitou resolutamente essa agenda; essa agenda que reflete o pensamento dominante corrompido e pagão do nosso tempo, que está sendo imposto em todo o mundo por meio da pressão política e através dos quase onipotentes veículos de comunicação de massa oficiais, que são leais aos princípios do partido mundial da ideologia de gênero. Tal documento sinodal, mesmo que seja apenas preliminar, é uma verdadeira vergonha. Ele dá uma ideia da extensão do espírito mundano anti-cristão que já penetrou a tal nível na vida da Igreja [...] Felizmente a Mensagem dos padres sinodais é um verdadeiro documento católico que expõe a verdade divina sobre a família sem se calar sobre as raízes mais profundas dos problemas, ou seja, a realidade do pecado. Ele oferece uma verdadeira coragem e consolo às famílias católicas.

Mandamento divino irrevogável
Há um mandamento divino, o sexto mandamento, sobre a absoluta indissolubilidade do matrimônio sacramental, uma lei estabelecida de modo divino, que proíbe àqueles que se encontram num estado de pecado grave de ter acesso à Santa Comunhão. Esse é o ensinamento de São Paulo em sua Carta inspirada pelo Espírito Santo (I Cor 11, 27-30). Isso não pode ser submetido a votação, assim como a divindade de Cristo nunca pode ser submetida a votação. Uma pessoa que ainda tem o vínculo matrimonial sacramental indissolúvel, e que apesar disso vive num estado de coabitação marital estável com outra pessoa, em razão da lei divina não pode ser admitida à Sagrada Comunhão. Para fazer o contrário, constituiria uma declaração pública da Igreja legitimando a negação da indissolubilidade do matrimônio cristão, e ao mesmo tempo revogando o sexto mandamento de Deus: “Não cometerás adultério“. Nenhuma instituição humana, nem mesmo o papa ou um Concílio ecumênico, tem autoridade ou competência para invalidar, mesmo de modo mais leve ou mais indireto, um dos dez mandamentos divinos, ou as palavras divinas de Cristo: “O que Deus uniu, o homem não separará“ (Matheus 19,6).

É indigno para votar a verdade divina
A tentativa de colocar a Verdade divina e a Palavra divina em votação não é digna daqueles que, enquanto representantes do Magistério, têm o dever de transmitir com zelo o depósito divino, como servos bons e fiéis (cf. Mt 24, 45). Ao admitir os divorciados recasados à Santa Comunhão, esses bispos estabelecem uma nova tradição, fruto de seu próprio querer, e transgridem assim o mandamento de Deus, pelo quê Cristo repreendeu outrora os fariseus e escribas (cf. Mt 15, 3). E o que é mais agravante é o fato de que esses bispos tentam justificar sua infidelidade à palavra de Cristo por meio de argumentos de necessidade pastoral, de misericórdia, de abertura ao Espírito Santo. Além disso, eles não temem perverter sem escrúpulos, ao modo gnóstico, o sentido verdadeiro dessas palavras, apresentando aqueles que se opõem a eles como rígidos, escrupulosos ou tradicionalistas. Durante a grande crise ariana do século IV, os defensores da divindade do Filho de Deus também eram taxados de intransigências e de tradicionalismo.

Doutrina confusa entre os sacerdotes e fiéis
Isso só faz aumentar a confusão doutrinal entre os padres e fiéis, a ideia que ficará no ar é de que os mandamentos divinos e as palavras divinas de Cristo, assim como as do apóstolo Paulo, são susceptíveis de modificação por decisão humanas. [...] Devemos acreditar firmemente que Deus dissipará esses planos de desonestidade, infidelidade e traição. Cristo segura infalivelmente o leme do navio de Sua Igreja em meio de tal tormenta. Acreditamos e depositamos nossa confiança no verdadeiro chefe da Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Verdade.

Cristo purifica a fé através da prova
Nesses tempos extraordinariamente difíceis Cristo purifica nossa fé católica para que através dessa provação, a Igreja acabe por brilhar mais e se torne realmente sal e luz para esse mundo neo-pagão insípido, graças à fidelidade e à fé simples e pura dos fiéis, dos pequenos da Igreja, da ecclesia docta, a Igreja discente, que em nossos dias dará força à ecclesia docens, a Igreja docente, o Magistério, assim como ocorreu durante a grande crise da fé no século IV.

Incentiva os católicos a serem fiéis ao Catecismo
Devemos encorajar os católicos comuns a permanecerem fiéis ao catecismo que eles aprenderam, a serem fiéis às claras palavras de Cristo no Evangelho, a serem fiéis à fé que lhes foi transmitida por seus pais e antepassados. Devemos organizar grupos de estudos e conferências sobre o ensinamento constante da Igreja sobre a questão do matrimônio e da castidade, convidando para isso especialmente os jovens e os casais casados. Devemos mostrar a beleza de uma vida casta, a beleza do matrimônio cristão e da família, o grande valor da Cruz e do sacrifício em nossas vidas. Devemos apresentar sempre mais os exemplos dos santos modestos que demonstraram, ainda que eles tenham sofrido, as mesmas tentações da carne, e a mesma hostilidade e escárnio do mundo pagão, eles viveram com a graça de Cristo uma vida de alegria na castidade, no seio do matrimônio cristão e da família.

Formação de grupos de apoio para a conversão e santidade
A fé, a fé pura e integral católica e apostólica vencerá o mundo (cf. 1Jo 5,4). Devemos criar e promover grupos de jovens com coração puro, grupos de famílias, grupos de esposos católicos, que se comprometerão a permanecerem fiéis a seus votos matrimoniais. Devemos organizar grupos que ajudarão moralmente e materialmente as famílias divididas, as mães solitárias; grupos que assistirão, pela oração e pelos bons conselhos, os casais separados; grupos de pessoas que ajudarão os “divorciados recasados” a iniciar um processo de conversão séria, reconhecendo com humildade sua situação de pecado que viola o mandamento de Deus e a santidade do sacramento do matrimônio. Devemos criar grupos que ajudarão com prudência as pessoas que têm tendências homossexuais, a fim de fazê-las entrar no caminho da conversão cristã, esse caminho belíssimo e alegre de uma vida casta, e para propor-lhes eventualmente, de modo delicado, uma ajuda psicológica. Devemos demonstrar e pregar aos nossos contemporâneos desse mundo neo-pagão o poder libertador da boa nova, do ensinamento de Cristo: que o mandamento de Deus, incluindo o sexto mandamento, é sabedoria e beleza. “A lei do Senhor é perfeita, reconforta a alma; a ordem do Senhor é segura, instrui o simples. Os preceitos do Senhor são retos, deleitam o coração; o mandamento do Senhor é luminoso, esclarece os olhos” (Salmo 19 (18), 7-8).

A Igreja na Polónia representava a verdade no Sínodo
É sem dúvida uma honra para o catolicismo polonês que o presidente da Conferência episcopal, Sua Excelência Dom Gadecki, tenha defendido com clareza e coragem a verdade de Cristo sobre o matrimônio e a sexualidade humana, revelando-se assim um verdadeiro filho espiritual de São João Paulo II. O cardeal Georges Pell descreveu corretamente a agenda sexual liberal e o apoio pretendidamente misericordioso e pastoral à comunhão para os divorciados recasados que se viu durante o Sínodo, dizendo que se tratava apenas da ponta do iceberg e de um tipo de cavalo de Troia na Igreja.

Jornalista católicos e blogueiros, Soldados de Cristo
Que, no próprio seio da Igreja, exista pessoas que minam o ensinamento de Nosso Senhor, isso se tornou um fato visível para o mundo inteiro, graças à internet e ao trabalho de alguns jornalistas católicos que não ficaram indiferentes ao que ocorria à fé católica, que eles consideram como o tesouro de Cristo. Fiquei feliz ao ver que alguns jornalistas católicos e blogueiros se comportaram como bons soldados de Cristo, chamando a atenção para essa agenda clerical que mina o ensinamento perene de Nosso Senhor. Os cardeais, os bispos, os padres, as famílias católicas, os jovens católicos devem dizer para si mesmos: “Eu me recuso a me conformar com o espírito neo-pagão desse mundo, mesmo se os bispos e sacerdotes o difundem, não aceitarei seu uso falacioso e perverso da santa misericórdia divina e de um “novo Pentecostes”, me recuso a jogar grãos de incenso diante da estátua do ídolo da ideologia de gênero, diante do ídolo do segundo casamento, do concubinato, mesmo que meu bispo o faça, não o farei; com a graça de Deus escolherei sofrer ao invés de trair a verdade integral de Cristo sobre a sexualidade humana e o matrimônio”.
Bispos e cardeais oferecendo incenso aos ídolos neo-pagans
São os testemunhos que convencerão o mundo, e não os docentes, disse o bem-aventurado Paulo VI na Evangelii nuntiandi. A Igreja e o mundo precisa realmente de Deus, da verdade integral das palavras de Cristo sobre o matrimônio. Os fariseus e os escribas clericais modernos, esses bispos e cardeais que jogam grãos de incenso diante dos ídolos neo-pagãos da ideologia de gênero e do concubinato, não convencerão ninguém a crer em Cristo ou a estar disposto a oferecer sua vida por Cristo.

Na verdade, “veritas Domini manet aeternum” (Salmo 116, a verdade do Senhor permanece para sempre), “Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hb 13, 8), e “a verdade vos libertará” (Jo 8, 32). Essa última frase era uma das citações da Bíblia preferidas de São João Paulo II, o papa da família. Podemos acrescentar: a verdade divina revelada e transmitida sem alteração sobre a sexualidade humana e o matrimônio trará a verdadeira liberdade às almas, dentro e fora da Igreja. No meio da crise da Igreja e do mau exemplo moral e doutrinal de alguns bispos de seu tempo, Santo Agostinho reconfortava os simples fiéis com essas palavras: “Quem quer que sejamos, nós bispos, estais em segurança, vós que tendes Deus por pai e sua Igreja por mãe” (Contra litteras Petiliani III, 9-10).

João Paulo II, Papa Família
Na verdade, “veritas Domini manet aeternum” (Salmo 116, a verdade do Senhor permanece para sempre), “Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hb 13, 8), e “a verdade vos libertará” (Jo 8, 32). Essa última frase era uma das citações da Bíblia preferidas de São João Paulo II, o papa da família. Podemos acrescentar: a verdade divina revelada e transmitida sem alteração sobre a sexualidade humana e o matrimônio trará a verdadeira liberdade às almas, dentro e fora da Igreja. No meio da crise da Igreja e do mau exemplo moral e doutrinal de alguns bispos de seu tempo, Santo Agostinho reconfortava os simples fiéis com essas palavras: “Quem quer que sejamos, nós bispos, estais em segurança, vós que tendes Deus por pai e sua Igreja por mãe” (Contra litteras Petiliani III, 9-10).
 

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