Em união com todos os Santos Anjos

"Sanctus, Sanctus, Sanctus. Dóminus, Deus Sábaoth Pleni sunt caeli et terra Glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit In nómine Dómini, Hosánna in excélsis.

Blog Santo Anjo da Guarda

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Obra dos Santos Anjos

Neste post quero falar um pouco mais sobre a Obra dos Santos Anjos, o Blog Santos Anjos da Guarda completa dois anos neste mês e a postagem mais 'visitada' é a Obra dos Santos Anjos.

A Obra dos Santos Anjos nasceu como uma resposta aos sinais dos tempos, para integrar a ajuda dos santos Anjos nas batalhas espirituais que se manifestam no ateísmo e na secularização com a diminuição da fé até à “apostasia silenciosa”, à perda da consciência do pecado, na transgressão “da lei de Deus” (Mt 24,12) em muitas esferas da vida: na verdade, nos últimos tempos, os Papas e os Pastores da Igreja têm-no profeticamente reconhecido e destacado.
A Obra dos Santos Anjos se esforça para uma cooperação estreita entre os Anjos já unidos com Deus e os homens redimidos, mas ainda em busca da plena comunhão com Deus. O seu objetivo é um conhecimento mais profundo de Deus e de um amor maior a Ele. Aspira à glorificação de Deus de um modo mais pleno e à edificação e consolidação do reino de Deus na Terra.
A Obra dos Santos Anjos é concebida como uma comunidade de fiéis unidos aos santos Anjos sob o manto protetor de Maria, Rainha do Universo e Mãe de todos os homens.
A Obra dos Anjos é um movimento eclesiástico de fiéis no seio da Igreja una, santa, católica e apostólica, e é ligado à Ordem dos Cónegos Regrantes da Santa Cruz, em conformidade com as normas do Direito Canónico (cân. 677, § 2 º), da qual é dirigida em conformidade com o cân. 303, e com a qual colabora em todas as formas de seu apostolado.
A Obra dos Santos Anjos é uma associação pública da Igreja Católica com personalidade jurídica e cujos estatutos foram aprovados pela Santa Sé, em conformidade com o cân. 314 e 313.

 

Quaresma

A Quaresma é um tempo especial de conversão e de bons propósitos, de oração e de penitência, de esmolas e obras de caridade, enfim, de uma renovação de toda a vida espiritual e interior que se manisfesta no modo como nos expressamos pessoal e exteriormente.

 A nossa vida interior dependem dos frutos espirituais que poderemos tirar deste "tempo de graça".


O cristão imita a vida de CRISTO  morrendo com Ele ao pecado; para então, ressuscitar com Ele na glória. Toda a nossa vida é um 'morrer' para 'viver', uma vida para morte.

Invoque mais ao seu Anjo da Guarda para que ele viva com você este tempo tão rico em graça!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fé, Esperança e Caridade - princípios essenciais.

O verdadeiro crescimento na vida espiritual vem de um regresso aos seus princípios essenciais, vividos no dia a dia com amor coerente.



O crescimento na vida espiritual significa um aumento da fé, da esperança e da caridade (as chamadas virtudes teologais). Isto manifesta-se num fervor crescente na oração e na prática das virtudes. Em relação à nossa vida espiritual, a tarefa dos Anjos consiste em exortar-nos e ajudar-nos a darmos a DEUS, com a Sua graça, a resposta certa, e em defender-nos do inimigo, sobretudo das suas ciladas sutis.

Porém, o que torna a vida espiritual tão difícil é que a fé consiste em estar-se convencido da verdade divina, enquanto a razão permanece na escuridão. Quanto mais crescermos na fé, tanto mais nos abandonaremos a DEUS que nos guia nesta "escuridão", porque a fé é estar convencido das coisas que não se veem (cf. Carta aos Hebreus 11,1). Isto exige muitas vezes a renúncia ao nosso próprio conhecimento natural, que nos parece ser tão claro e lúcido. São João da Cruz mostra-nos que o abandono a DEUS se vai tornando cada vez mais difícil, porque as provações são cada vez mais duras, mais exigentes. Além disso, a infusão da luz divina na alma é um processo muito doloroso de purificação. A fé e a fidelidade a DEUS são as primeiras características dos Santos Anjos, porque só pela humildade da fé puderam, em união com São Miguel, permanecer fiéis a DEUS.

A esperança aspira a um bem muito grande, até mesmo infinito: a visão beatífica na união de amor com DEUS. Mas no caminho para esta união, a dada altura depara-se com a Cruz. Além disso a alma, consciente da sua indignidade, sofre muitas vezes com pensamentos como este: "Quem sou eu para que DEUS possa ter-me tão grande amor?" Quanto mais DEUS estimula esta união, purificando a alma cada vez mais, tanto mais lhe parecerá, a ela, que Ele é antes o seu inimigo, e a própria miséria, que se manifesta, ameaça esmagá-la (cf. S. João da Cruz, Noite escura, II,6).

A esperança dos Anjos, durante a sua provação, estava totalmente posta na bondade divina, visto que a escuridão desta mesma provação parecia ter malogrado todas as suas esperanças e expectativas naturais. Tal como Abraão, eles deviam esperar contra toda a esperança, com fé e confiança, na bondade de DEUS. Consideremos esta loucura: o sacrifício do filho de Abraão trouxe em si o germe da esperança, precisamente porque era uma prefiguração do sacrifício redentor do FILHO de DEUS. São Gabriel trouxe este mistério da esperança universal, quando veio anunciar a MARIA a Encarnação do FILHO de DEUS.

O fruto do amor é a união, e todos os homens tem a ânsia desta felicidade. Mas o amor de Nosso Senhor leva a alma à solidão e exige a abnegação:

Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo aborrece a sua vida conservá-la-á para a vida eterna (Jo 12,25).

Na sua provação, os Anjos tinham que 'morrer' misticamente, porque DEUS lhes deu a conhecer que seria dada preferência aos homens, embora estes, por natureza, estejam muito abaixo dos Anjos. O plano salvífico de DEUS concentra-se principalmente na salvação do homem, plano que seria realizado pelo VERBO Encarnado do PAI, a Quem os Anjos também reconhecem como sua Cabeça (cf. Ef 1,20ss; Col 1,16ss). O amor de preferência que DEUS tem pelo homem é a base de toda a economia da salvação (cf. Heb 2,16; João Paulo II, audiência geral de 9 de Julho 1986).

Foi este pensamento que acendeu no maligno uma raiva fortíssima, o ódio e a inveja contra a humanidade. Mas os Anjos que amorosamente se sujeitaram a este plano divino, foram confirmados em graça, elevados à glória e tornaram-se participantes do plano divino, "tanto que nalguns momentos os vemos realizar tarefas fundamentais em nome de DEUS mesmo" (João Paulo II, ibid.). Na sua provação os Anjos aceitaram a 'cruz' do amor insondável de DEUS, e a sua recompensa foi a glória celeste e uma profunda caridade para com os homens. São Rafael é um exemplo maravilhoso deste grande amor que o Anjo tem aos homens (Cf. o livro de Tobias).

OS ANJOS NÃO PODEM SOFRER

"OS ANJOS NOS INVEJAM DE UMA SÓ COISA: QUE ELES NÃO PODEM SOFRER"




O Anjo não nos livra da Cruz, mas sente e compadece conosco. Mas também se alegra com nossas dores, enquanto as aceitamos dignamente para a glória de DEUS. Outra vez quando o Padre Pio foi muito atacado pelos demônios , o Anjo lhe disse:

 "Agradece a Jesus por te estar tratando como a um escolhido para subir o caminho escarpado para o Calvário. Alma confiada por Jesus aos meus cuidados, eu guardo com alegria e profunda comoção este comportamento de Jesus contigo. Acaso pensas que estaria tão feliz se não te visse tão maltratado? Eu, que em santo amor desejo teu bem, começo a jubilar mais e mais ao ver-te neste estado. Jesus permite estes assaltos do diabo porque Sua compaixão te faz querido a Ele e Ele quer que te pareças com ELE no deserto, no Jardim (das Oliveiras) e na Cruz" (Ibid., 330-331).

Isso combina muito bem com o que o Padre Pio disse uma vez:

"Os Anjos nos invejam de uma só coisa: que eles não podem sofrer por DEUS" (Send me your Angel, 65).

Queremos nos deixar inspirar por este grande Santo e por em prática os seus conselhos a respeito dos Anjos. E mesmo que ele não viva mais e, por isso, não possamos enviar mais os nossos Anjos da Guarda a San Giovanni Rotondo, não quer dizer que acabou a grande ajuda deste grandioso Santo. Muito mais podemos enviar agora os nossos Anjos da Guarda para o Padre Pio no céu, confiando que ele tem agora ainda mais poder para nos ajudar.



sábado, 11 de fevereiro de 2012

Calendário

OBRA DOS SANTOS ANJOS
                                        Abril e Maio


ABRIL

20 a 22 - Encontro Vocacional em Anápolis
21 - Festa da Obra dos Santos Anjos - Casa de Nazaré
22 - Recolhimento em São Paulo
28 a 01/05 - Retiro Geral - Casa de Nazaré

MAIO

05 - Recolhimento Mariano - Casa de Nazaré
18 a 20 - Encontro de Jovens com o Anjo - Casa de Nazaré
20 - Encontro das Famílias em Anápolis
26 a 27 - Seminário Mariano em Goiânia/GO

"Ó Maria, fazei-nos compreender, aceitar e viver a mensagem do Anjo como Vós".


IMPORTANTE:

Os interessados, fazer contato com a Obra dos Santos Anjos nos seguintes números:

(12) 3122-9299, brasil@opusangelorum.org - Casa de Nazaré
(62) 3098-1214, anapolis@opusangelorum.org - Anápolis





sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Com os Anjos te adorar - Anjos de Resgate

      Eu quero ver o céu se abrir
E ver além do que meus olhos podem ver


Quero adorar a Ti meu Deus!
Da forma que os Anjos podem te adorar.


Quero sentir o meu espírito 
E a minha alma sendo arrebatada do meu ser.
E então provar e até pisar o céu.
E num instante em tua graça mergulhar!
E com os anjos te adorar.


Quero pedir aos querubins
Que me coloquem na presença do Senhor
E aos Serafins que me acompanhem
Pois quero ser um verdadeiro adorador.

Para ouvir:











quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Para refletir e rezar!!


" O Anjo tem algo que o homem não tem:
 o entendimento em plena luz;
mas também o homem tem
algo
que o Anjo não tem:
o ardente anseio por amor".

           

                
    Gabriele Bitterlich

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Anjo foi o primeiro a rezar à Virgem Maria

NOSSA MÃE NA ETERNIDADE


A Maternidade de Maria completa-se no Calvário (cfr. Jo. 19, 25-27), quando aí recebe todos os membros da Igreja, como filhos. Tal ação maternal perpetua-se na eternidade, mesmo após a Sua Assunção. E isto que declara o Concílio Vaticano II: "Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na Anunciação e que manteve inabalável junto à Cruz, até à consumação eterna de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao Céu, não abandonou esta missão salvadora, mas  com a Sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna (...). Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro e medianeira" (LG 62).


"Por isso, peço à Virgem Maria, aos Anjos e Santos, e a vós irmãos, que rogueis por mim, a Deus nosso Senhor".


Em toda e qualquer oração que fazemos é o "Espírito Santo que nos une à Pessoa do Filho único, na Sua humanidade glorificada. E por ela e nela que a nossa oração filial comunga, na Igreja, com a Mãe de Jesus" (Cat. Ig. Cat. n° 2673), como mostra claramente a presença de Maria no meio dos apóstolos à espera do Pentecostes (cfr. Act. 1, 14).

"Foi a partir desta singular cooperação de Maria com a acção do Espírito Santo que as Igrejas desenvolveram a oração à Santa Mãe de Deus, centrando-a na pessoa de Cristo, manifestada nos Seus mistérios. Nos inúmeros hinos em que esta oração se exprime, alternam habitualmente dois movimentos:

- um "magnifica" o Senhor pelas "grandes coisas" que fez pela Sua humilde Serva e, através d 'Ela, por todos os seres humanos" (cfr. Lc. 1, 46-55).

- O outro confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos filhos de Deus, pois Ela agora conhece a humanidade que n'Ela foi desposada pelo Filho de Deus" (Cat. Ig. Cat. n° 2675).

"Este duplo movimento de oração a Nossa Senhora encontra expressão privilegiada na oração da "AVE MARIA".

"Avé Maria": a saudação do Anjo Gabriel abre esta oração. É o próprio Deus que, por intermédio do Seu Anjo, saúda Maria.

"Cheia de Graça, o Senhor é conVosco": as duas palavras da saudação do Anjo esclarecem-se mutuamente. Maria é cheia de graça, porque o Senhor está com Ela. A graça de que Ela é cumulada é a presença d 'Aquele que é a fonte de toda a graça. "Solta brados de alegria (...) filha de Jerusalém (...); o Senhor teu Deus está no meio de ti" (Sof. 3, 14.17a ). Maria, em quem o próprio Senhor vem habitar, é em pessoa a filha de Sião, a arca da aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: é "a morada de Deus com os homens" (Ap. 21 ,3). "Cheia de graça", Ela dá-Se toda Aquele que n'Ela vem habitar e que Ela vai dar ao mundo" (Cat. Ig. Cat. n° 2676).

Também nós, muitas vezes, com o nosso Anjo, digamos: A MARIA!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A vitória de Cristo sobre o espírito do Mal



As nossas catequeses sobre Deus, Criador das coisas "invisíveis", levaram-nos a iluminar e a retemperar a nossa fé no que se refere à verdade acerca do maligno ou satanás, não certamente querido por Deus, sumo Amor e Santidade, cuja Providência sapiente e forte sabe conduzir a nossa existência à vitória sobre o príncipe das trevas. A fé da Igreja, de fato, ensina-nos que o poder de satanás não é infinito. Ele é só uma criatura poderosa enquanto espírito puro, sendo sempre uma criatura, com os limites da criatura, subordinada ao querer e ao domínio de Deus. Se satanás opera no mundo mediante o seu ódio contra Deus e o seu Reino, isto é permitido pela Divina Providência que, com poder e bondade (fortiter et suaviter), dirige a história do homem e do mundo. Se a ação de satanás sem dúvida causa muitos danos - de natureza espiritual e indiretamente também de natureza física - aos indivíduos e à sociedade, ele não está, contudo, em condições de anular a definitiva finalidade para que tendem o homem e toda a criação, o Bem. Ele não pode impedir a edificação do Reino de Deus, no qual se terá, no fim, a plena realização da justiça e do amor do Pai para com as criaturas eternamente "predestinadas" no Filho-Verbo, Jesus Cristo. Podemos mesmo dizer com São Paulo que a obra do maligno concorre para o bem (cf. Rm 8,28) e que serve para edificar a glória dos "eleitos" (cf. 2 Tm 2,10).

Assim toda a história da humanidade se pode considerar em função da salvação total, na qual está inscrita a vitória de Cristo sobre o "príncipe deste mundo" (Jo 12,13; 14,30; 16,11). "Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a Ele prestarás culto" (Lc 4,8), diz peremptoriamente Cristo a satanás. Num momento dramático do seu ministério a quem o acusava de modo imprudente de expulsar os demônios por serem aliados de Belzebu, chefe dos demônios, Jesus responde com aquelas palavras severas e confortantes ao mesmo tempo: "Todo o reino dividido contra si mesmo ficará devastado; e toda a cidade ou casa dividida contra si mesma não poderá subsistir. Ora, se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo. Como há de subsistir o seu reino? Mas se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demônios, quer dizer, então, que chegou até vós o reino de Deus" (Mt 12,25.26.28). "Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança; mas se aparece um mais forte e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos" (Lc 11,21-22). As palavras pronunciadas por Cristo a propósito do tentador encontram o seu cumprimento histórico na cruz e na ressurreição do Redentor. Como lemos na Carta aos Hebreus, Cristo tornou-se participante da humanidade até a cruz "a fim de destruir, pela Sua morte, aquele que tinha o império da morte, isto é, o Demônio, e libertar aqueles que... estavam toda a vida sujeitos à escravidão" (Hb 2,14-15). Esta é a grande certeza da fé cristã: "O príncipe deste mundo está condenado" (Jo 16,11); "Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: 'Para destruir as obras do Demônio' (1 Jo 3,8), como nos afirma São João. Por conseguinte, o Cristo crucificado e ressuscitado revelou-se como o "'mais forte" que venceu "o homem forte", o diabo, e o destronou.

Na vitória de Cristo sobre o diabo participa a Igreja: Cristo, com efeito, deu aos seus discípulos o poder de expulsar os demônios (cf. Mt 10,1 par.; Mc 16,17). A Igreja exerce este poder vitorioso mediante a fé em Cristo e a oração (cf. Mc 9,29; Mt 19s.), que em casos específicos pode assumir a forma do exorcismo.

Nesta fase histórica da vitória de Cristo inscreve-se o anúncio e o inicio da vitória final, a Parusia, a segunda e definitiva vinda de Cristo no termo da história, em direção do qual está projetada a vida do cristão. Embora seja verdade que a história terrena continua a desenrolar-se sob o influxo daquele "espírito que - como diz São Paulo - atua nos rebeldes" (Ef 2,2), os crentes sabem que são chamados a lutar pelo definitivo triunfo do Bem:

"Porque nós não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas contra os Principados e Potestades, contra os Dominadores deste mundo tenebroso, contra os Espíritos malignos espalhados pelos ares" (Ef 6,12).

A luta, à medida que se aproxima do seu termo, torna-se, em certo sentido, cada vez mais violenta, como põe em relevo de modo especial o Apocalipse, o último livro do Novo Testamento (cf. Ap 12,7-9). Mas precisamente este livro acentua a certeza que nos é dada por toda a Revelação divina: isto é, que a luta se concluirá com a definitiva vitória do bem. Naquela vitória, pré-contida no mistério pascal de Cristo, cumprir-se-á definitivamente o primeiro anúncio do Livro do Gênese, que é chamado, com termo significativo, proto-evangelho, quando Deus adverte a serpente: "Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher" (Gn 3,15). Naquela fase definitiva, Deus, completando o mistério da sua paterna Providência, "livrará do poder das trevas" aqueles que eternamente "predestinou em Cristo" e "transferi-los-á para o Reino de Seu Filho muito amado" (cf. Cl 1,13-14). Então o Filho sujeitará ao Pai também o universo inteiro, a fim de que "Deus seja tudo em todos" (l Cor 15,28).

Aqui concluem-se as catequeses sobre Deus Criador das "coisas visíveis e invisíveis", unidas na nossa exposição com a verdade acerca da Divina Providência. Torna-se evidente aos olhos do crente que o mistério do princípio do mundo e da história se liga indissoluvelmente ao mistério do termo, no qual a finalidade de toda a criação chega ao seu cumprimento. O Credo, que une tão organicamente tantas verdades, é deveras a catedral harmoniosa da fé.

De maneira progressiva e orgânica podemos admirar estupefatos o grande mistério do intelecto e do amor de Deus, na sua ação criadora, para com o cosmos, para com o homem, para com o mundo dos espíritos puros. Desta ação consideramos a matriz trinitária, a sapiente finalização para a vida do homem, verdadeira "imagem de Deus", por sua vez chamado a reencontrar plenamente a sua dignidade na contemplação da glória de Deus. Fomos iluminados acerca de um dos maiores problemas que inquietam o homem e penetram a sua busca de verdade: o problema do sofrimento e do mal. Na raiz não está uma decisão de Deus errada ou má, mas a sua escolha e, de certo modo, o seu risco, de nos criar livres para nos ter como amigos. Da liberdade nasceu também o mal. Mas Deus não se rende, e com a sua sabedoria transcendente, predestinando-nos para sermos filhos em Cristo, tudo dirige com fortaleza e suavidade, para que o bem não seja vencido pelo mal.

Devemos agora deixar-nos guiar pela Divina Revelação na exploração de outros mistérios da nossa salvação. Entretanto recebemos uma verdade que deve estar a peito a todo o cristão: a de que existem espíritos puros, criaturas de Deus, inicialmente todas boas, e depois, por uma escolha de pecado, separadas irredutivelmente em anjos de luz e anjos de trevas. E enquanto a existência dos anjos maus requer de nós o sentido da vigilância para não cair nas suas tentações, estamos certos de que o vitorioso poder de Cristo Redentor circunda a nossa vida, a fim de que nós próprios sejamos vencedores. Nisto somos validamente ajudados pelos anjos bons, mensageiros do amor de Deus, aos quais nós, ensinados pela tradição da Igreja, dirigimos a nossa oração: "Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, pois a ti me confiou a piedade divina, hoje, sempre, governa-me, rege-me, guarda-me, e ilumina-me. Amém"

© Libreria Editrice Vaticana

Fonte: opusangelorum.org