Em união com todos os Santos Anjos

"Sanctus, Sanctus, Sanctus. Dóminus, Deus Sábaoth Pleni sunt caeli et terra Glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit In nómine Dómini, Hosánna in excélsis.

Blog Santo Anjo da Guarda

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Santíssima Trindade

A Igreja nos ensina



A Igreja se dispõe a responder, porque ela nos ensina que os Anjos não são o mistério central da nossa fé. A Santíssima Trindade, que nós sabemos em e por Cristo, é o primeiro objeto de nossa fé e adoração. Maria também tem igualmente um papel central no mistério de Cristo. Os sacramentos, por sua vez leva a um encontro direto com Cristo. E assim, são todos os segredos que nós consideramos de alguma forma relacionados com Cristo.

Os Anjos em relação ao mistério de Cristo desempenham um papel importante em nossas vidas como cristãos, porque sempre o foco é Cristo. Eles já estão ao lado como servos de Cristo e nos levam a ele. Apelamos aos Santos Anjos, e eles ajudam-nos na realidade desse mistério avaliar mais profundamente e nos ajudam a compreender melhor nossa fé e vida. Não só ao nível da razão, mas realmente na vida diária como crentes a viver. Servem também como nosso protetor contra as ciladas do mal em nosso caminho para Cristo. Precisamos deles e devemos com mais freqüência chamá-los, com maior ousadia e confiança convidá-los a participarem de nossas vidas.

Há muitas ocasiões em que os Santos Anjos nos ajudam, sem que saibamos, é a missão do Santo Anjo da Guarda. Mas se perguntarmos a eles, se pedirmos a ele,  muito mais, podem fazer por nós! Por exemplo:

 -Podemos chamá-los em nossas orações, para que possam inflamar nossos corações de amor por Jesus e Maria.

-Podemos chamá-los em nosso trabalho, em nossas tarefas ou na escola.

-Podemos pedir-lhes para proteger os nossos filhos ou para auxiliar-nos no emprego.

-Em difíceis relacionamentos humanos, os Anjos também exercem um papel poderoso para ajudar-nos como pacificadores.  Mas é preciso lembrar de pedí-los e colocá-los agindo diretamente em nossa vida!

Cada um encontrará seu próprio caminho, a porta de abertura ainda maior para os Santos Anjos, que eles hajam mais fortemente em suas vida. O Santo Anjo pode entrar e levar o seu coração para Deus.

Que Deus te abençoe e Maria derrame sobre você e sua família as pequenas graças diarias para sermos santos.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Foi Ela que tudo fez...

Nossa Senhora auxílio dos cristãos

Ao longo da história da Igreja, o Povo de Deus, lembrado das palavras de Maria: "Todas as gerações me chamarão de Bem-aventurada porque fez em mim grandes coisas o Poderoso" (Lc 1, 48) e refletindo na grandeza de Nossa Senhora pela sua cooperação no plano da salvação, foi como que enriquecendo o seu manto com títulos, que demonstram a confiança, o amor dos filhos para com a Mãe.

Cheia de graça, como o Anjo Gabriel lhe disse naquele tempo:
"Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". Maria respondeu com humildade: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim de acordo com o que você me falou" (Lc 1, 26-38).

Esse SIM, humilde e generoso, mudou a história da humanidade, contribuindo em grau eminente na salvação da humanidade, caído pela rebelhão de Adão e Eva, e elevado pela Maria Santíssima e seu Filho Jesus, Salvador.

São João Bosco, fundador da Congregação Salesiana, espalhou a devoção a Nossa Senhora invocada em todo mundo com este título: AUXILIADORA, que lembra a perene proteção de Maria Santíssima, sobre a Igreja e sobre o Papa, como ele mesmo descreveu no seu sonho profético:


Em 30 de Maio, Dom Bosco contou ter visto em sonho, uma terrível batalha no mar, desencadeada por uma multidão de embarcações, pequenas e grandes, contra um único majestoso navio, símbolo da Igreja. Esse navio, várias vezes atingido, mas sempre vitorioso, era guiado pelo Papa. Ancorou seguro entre duas colunas saídas do mar. A primeira tinha em cima uma grande hóstia onde se liam as palavras "Salus credentium" (salvação dos crentes); na outra coluna, mais baixa, estava a estátua da Imaculada com as palavras "Auxilium Christianorum" (Auxílio dos cristãos).

O sonho da jangada é contado por Dom Bosco em 1866. Arrastados por uma terrível inundação, os jovens, para se salvar, sobem com Dom Bosco para cima de uma jangada e vêm no céu uma palavra misteriosa: "Medoum". Dom Bosco explicou: "Mater et Domina Omins Universus, Maria" (Mãe e Senhora de todo o universo, Maria". Finalmente desembarcados num lugar seguro, a Virgem Maria diz aos jovens: "Se vós fordes para mim filhos devotos, Eu serei para vós Mãe Amorosa".

Certo dia, o Santo Cardeal Schuster, disse a um salesiano: "Vi reproduzida a visão das duas colunas, que apareceram a Dom Bosco. Diga a seus superiores que a façam reproduzir em imagens e postais e as difundam por todo o mundo católico, porque essa visão de Dom Bosco é de grande atualidade: a Igreja e o povo cristão só se salvará com estas duas devoções: A Eucaristia e Maria, Auxílio dos Cristãos".

Dom Bosco, por humildade chamou-a "um sonho", mas a história confirmou a "profecia do vidente". "Me parecia que estava sobre um grande rochedo, rodeado pelo mar imenso, agitado pelo bramido e estrondos de uma terrível tempestade..."

Eu vi, saindo desta borrasca enorme, o navio de grande tamanho e no seu bordo o Papa, os Cardeais, os Bispos e Sacerdotes com seu Povo. Em toda aquela vasta superfície de águas, eu vi uma multidão incontável de navios pequenos e grandes, dispostos em ordem de batalha, armados com canhões e cheios de fuzis, de armas de todo o tipo, de material inflamável e também de livros.

Esses navios avançaram contra aquela maior e mais alta que todas as outras, tentando chocar-se contra ela e incendiá-la, para fazer qualquer estrago possível. O mar agitado parece favorecer os atacantes... Em uma das ofensivas eu vi, que foi atingido também o Papa e ficou gravemente ferido perdendo muito sangue...

No meio da imensa extensão do mar, eu vi elevar-se das ondas DUAS ROBUSTAS COLUNAS, pouco distantes uma da outra. No cimo de uma poderia-se ver instalada a estátua da Virgem Imaculada Maria, a cujos pés foi pendurado um grande cartaz com esta inscrição: AUXÍLIO DOS CRISTÃOS. Sobre a outra, muito mais alta e de maior diâmetro, está uma HÓSTIA de grande proporção, e abaixo havia um cartaz com as palavras: SALVAÇÃO DOS CRENTES...

A borrasca volta espantosa e o Papa que estava ao leme do navio dirigia todos os seus esforços para que o seu navio levado adiante, até que possa ancorar entre essas duas colunas... Nesta luta terrível morre o Papa. O novo Papa, superando todos os obstáculos, dirigindo a nave corajosamente, põe-se entre as duas colunas. Então sucede uma mudança total: fogem as naus inimigas, se extraviam, se chocam entre si e se despedaçam ou afundam...

No mar reina agora uma grande calma. Os naus que combateram valorosamente a favor do Papa, vêm também elas e se amarram junto às duas colunas, reconhecendo que a salvação recebemos pela devoção a Maria Santíssima e Jesus Misericordioso na Eucaristia".

Essa visão de Dom Bosco, narrada e resumida brevemente em poucas palavras é também hoje ainda de grande atualidade, quando no mundo surgem novos provocadores de pânico, falsos profetas e representantes da Nova Ordem Mundial com seus planos e programas camuflados.

Jesus Cristo a todos nos admoesta através dos seus ensinamentos e sua Igreja, governada pelo Papa: "Vigiai e Orai". "Coragem, tua fé te salvará". Nossa fé temos resumida na Eucaristia e na devoção a Maria. Salvação dos que crêem e auxílio dos cristãos.

Nossa Senhora Auxiliadora, rogai por nós!!!

domingo, 23 de maio de 2010

"...todos estavam unidos pelo mesmo sentimento, entregando-se assiduamente à oração" (At1, 14).


"...todos estavam unidos pelo mesmo sentimento, entregando-se assiduamente à oração" (1, 14).


"Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 21-23).
Sobre o tema podemos ler na Bíblia principalmente textos de São Paulo (1 Cor 13) e de São João (Jo 13,31-15, 17; 1 Jo 4,11-22). São João, refletindo profundamente sobre o mistério de Deus uno em três Pessoas e Seu gesto de vir ao nosso encontro por meio da encarnação do Filho, descobriu que Deus é Amor.

Comparando à revelação vetero-testamentária, notou que mais do que estar presente e muito mais do que existir ou de ser o que é, Deus é "Aquele que ama". Nisto está Sua essência.

Contemplando o mistério da Santíssima Trindade, de três Pessoas em um só Deus, descobrimos que, em Deus, pessoa significa uma relação de amor: uma totalmente na outra e para a outra. Só poderíamos entender e descobrir que Deus é Amor pela revelação de Sua Trindade; porque seria difícil entender que uma pessoa a sós seja amor.
Não vendo diretamente Deus na Trindade das Pessoas, mas na Sua ação, que sai de Si em relação ao homem, São João foi descobrir Seu grande amor para conosco. Deus nos ama por um amor infinito, porque nos ama com o mesmo amor com que o Pai ama o Filho (cf. Jo 17,23). "Tanto amou Deus o mundo que deu-nos Seu próprio Filho" (Jo 3,16), para ser nosso Salvador. Como não nos vai dar tudo!

A morte de Jesus convenceu-nos do amor de Deus. E tanto nos ama que permanece conosco na Eucaristia. Ali vislumbramos algo ainda mais desafiador. Deus não só é Amor. Quer que também nós participemos deste amor, sentindo-nos amados e sendo capazes de amar com o amor d'Ele. Infundiu em nós seu Amor pelo Espírito Santo, derramado nos nossos corações (cf. Rm 5,5). Agora nós nos sentimos totalmente envolvidos pelo amor de Deus.

O amor humano tem uma dimensão espiritual e também corporal. Escreve o papa Bento XVI sobre as deformações do amor: no fundo, o "amor" é uma única realidade, embora com distintas dimensões; caso a caso, pode uma ou outra dimensão sobressair mais. Mas, quando as duas dimensões se separam completamente uma da outra, surge uma caricatura ou, de qualquer modo, uma forma redutiva do amor (Deus é Amor, n. 8). Por isso é tão importante orientar-nos no exemplo de Jesus. O amor de Jesus se expressa por meio de diferentes dimensões. Se não seguimos o exemplo de Jesus, o amor se torna um ídolo, uma deformação. Portanto, queremos considerar os seguintes aspectos da vida humana sob o critério do amor, precisamente para evitar a idolatria:


1) Jesus é aquele que ama intensamente a Deus e os irmãos. Seu amor ao Pai chega à unidade com Ele: "Eu e o Pai somos um". Jesus se entrega totalmente a Si mesmo ao Pai servindo-O. A este amor opõe-se a egolatria pela auto-suficiência. Desta forma, não se consegue relacionar nem com Deus, nem com os outros seres humanos e nem mesmo com a natureza, porque põe tudo a seu próprio serviço.

2) Jesus é casto. Tem o perfeito domínio de todas as suas tendências. Ele é a norma de vida e vivência em corpo humano, tem a temperança como modelo perfeito. O ídolo do sexo tornou-se extremamente tirano em nossos dias, fazendo desviar muitas pessoas para um caminho que se afigura como perversão. A este ídolo, juntam-se outros vícios que levam à escravidão. Tudo isto ameaça a sociedade e a família destruindo os laços de amizade e de compromissos.

3) Jesus é pobre. Confessou não ter sequer uma pedra para reclinar a cabeça. Só assim Ele era plenamente livre, sem compromissos, nem apreensões de bens materiais. Contrapõe-se o ídolo da ganância e da riqueza. O dinheiro afasta de Deus quando este não está ao serviço da caridade.

4) Jesus foi obediente a Maria e a José, também o foi ao Pai, inclusive ao extremo, da obediência à morte e morte de Cruz. Mostrando que a grandeza humana está na humildade e submissão. O poder é a tentação inversa que constitui o ídolo mais cobiçado. Quando se transforma em ídolo, adorado e não assumido como um serviço de amor, leva ao domínio, à arrogância e a considerar-se uma divindade, em vez de considerar os outros (as autoridades) maiores que a si mesmo (cf. Ef 5,21).

5) Jesus é modelo de vida comunitária. Com grande paciência com os discípulos, serve, ensina e corrige. No extremo oposto está o fanatismo, que fecha as pessoas sobre suas próprias convicções, destruindo a vida fraterna e o diálogo.

6) Jesus é o missionário do Pai. Veio para salvar e incendiar os corações dos discípulos. Ser cristão é ser missionário. O ídolo que impede o seguimento de Jesus é a acomodação, a falta de ardor e de vontade para fazer algo pelo Reino; o fogo não se acende.

7) Jesus apresenta o rosto misericordioso do Pai. A palavra chave de Seu Evangelho é o perdão. O ídolo que se lhe opõe é a vingança e o ódio. Sem o amor de Jesus é difícil perdoar, humanamente até impossível.

8) Jesus foi trabalhador. Além da sua profissão de carpinteiro, pela qual é modelo para todos nós, era incansável no exercício de Sua missão, uma vez iniciada. Entregou-Se tanto que não tinha nem tempo para comer. Este exemplo nos leva a superar o ídolo do ócio, considerado a mãe de todos os vícios. É preciso saber ocupar-se. O desemprego não é desculpa para não fazer nada ou para permanecer em bares, bebendo. O campo da cultura é grande, o que não justifica para ficar sentado na frente da televisão.


Poderíamos considerar ainda muitos outros aspectos para demonstrar que tudo deve ser dirigido pelos critérios do amor. O amor dá a nossa vida um brilho especial, o amor tem muitas facetas e a vida de cada um de nós pode tornar-se uma "canção de amor" ao Criador, o que em fim, é uma resposta ao amor de Deus. Precisamos de modelos de amor, que encontramos nas vidas dos santos, mas também nos nossos irmãos celestes, os santos Anjos. Também eles participam no amor Divino; os santos Anjos estão cheios de amor.

Pedimos especialmente ao nosso Santo Anjo da Guarda que nos ajude a transformar a nossa vida num cântico de amor.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Santo Anjo protetor do homem e mensageiro de Deus

Protetores dos homens, mensageiros de Deus

No Livro de Daniel (10, 13-21), o Arcanjo São Miguel defendeu os interesses dos israelitas contra o Anjo protetor da Pérsia. No Apocalipse, São João refere-se à vitória desse Arcanjo contra o demônio e seus asseclas. Mais recentemente, na autobiografia de Santo Antonio Maria Claret, que certo dia, estando ele só no coro do Mosteiro do Escorial, viu Satanás que o fitava com grande raiva e despeito, por ter frustrado algum de seus planos com relação aos estudantes. Ouviu então a voz do Arcanjo São Miguel que lhe disse: “Antonio, não temas. Eu te defenderei”.

São Gabriel foi o grande mensageiro e embaixador de Deus não só na Anunciação a Nossa Senhora, mas, segundo o parecer de muitos teólogos, também junto a São Zacarias, para anunciar-lhe o nascimento de João Batista. E junto a São José, a quem apareceu três vezes em sonhos: para anunciar a concepção divina de Maria, recomendar a fuga para o Egito e o retorno daquele país, após a morte de Herodes.

A missão de São Rafael junto ao jovem Tobias é detalhadamente descrita na Bíblia. Já em tempos bem posteriores, assinalam-se também muitas de suas intervenções, como a salvação eterna do tesoureiro de um rei da Polônia, pelo fato de o protegido ter-lhe grande devoção; e o ter livrado das mãos de assaltantes um burguês de Orleans que a ele se recomendara, numa peregrinação a Santiago de Compostela.

Narra-se na vida da Beata Madre Humildade de Florença (+1310) que, tendo sido eleita Abadessa de seu mosteiro, além de seu Anjo da Guarda, recebeu mais um para ajudá-la no governo da comunidade. Ela compôs para suas religiosas uma singela oração, pedindo a guarda dos sentidos, prece em que se nota muito a influência do espírito de Cavalaria da época:




Bons Anjos, meus possantes protetores: guardai todas minhas vias e vigiai cuidadosamente à porta de meu coração, de medo que eu não seja surpreendida por meus inimigos. Brandi diante de mim vosso gládio protetor! Guardai também a porta de minha boca para que nenhuma palavra inútil escape de meus lábios! Que minha língua seja como uma espada, quando for o caso de combater os vícios ou de ensinar a virtude! Fechai meus olhos com um duplo selo quando eles quiserem ver com complacência outra coisa que Jesus. Mas tende-os abertos e despertos quando for para rezar e cantar os louvores do Senhor. Vigiai também a porta de meus ouvidos, a fim de que eles repilam sempre com desgosto tudo o que vem da vaidade ou do espírito do mal. Colocai entraves a meus pés quando eles quiserem ir pecar. Mas acelerai meus passos quando se tratar de trabalhar para a gloria de Deus ou da santa Virgem Maria, ou a salvação das almas! Fazei que minhas mãos sejam sempre, como as vossas, prontas a executar as ordens de Deus. Abafai em mim o olfato do corpo, a fim de que minha alma não aspire mais que o suave perfume das flores celestes. Em uma palavra, guardai todos meus sentidos, de maneira que minha alma se deleite constantemente em Deus e com as coisas celestes. Meus Anjos bem-amados: fui colocada sob vossa guarda pelo doce Jesus; eu vos suplico que me guardeis sempre com cuidado, pelo amor dEle. Ó meus Anjos bem-amados, eu vos peço de me conduzir um dia à presença da Rainha do Céu, e de suplicar-lhe que eu seja colocada nos braços do divino Menino Jesus, seu Filho bem-amado!”.
-Beata Madre Humildade de Florença

sábado, 15 de maio de 2010

Conselheiros Celestes

Valiosos conselheiros celestes




Os Anjos da Guarda são nossos conselheiros, inspirando-nos santos desejos e bons propósitos. Evidentemente, fazem-no no interior de nossas almas, se bem que, como vimos, tenha havido almas santas que mereceram deles receber visivelmente celestiais conselhos.

Quando Santa Joana D’Arc, ainda menina, guardava seu rebanho, ouviu uma voz que a chamava: “Jeanne! Jeanne!” Quem poderia ser, naquele lugar tão ermo? Ela viu-se então envolvida numa luz brilhantíssima, no meio da qual estava um Anjo de traços nobres e aprazíveis, rodeado de outros seres angélicos que olhavam a menina com comprazimento. “Jeanne”, lhe disse o Anjo, “sê boa e piedosa, ama a Deus e visita amiúde seus santuários”. E desapareceu. Joana, inflamada de amor de Deus, fez então o voto de virgindade perpétua. O Anjo apareceu-lhe outras vezes para aconselhá-la, e quando a deixava, ela ficava tão triste que chorava.

Inúmeros são os exemplos do poderoso auxílio dos Anjos na vida dos Santos. Santa Hildegonde, alemã (+ 1186), tendo ido em peregrinação a Jerusalém com o pai e falecendo este a caminho, foi freqüentemente socorrida por seu Anjo. Certo dia, quando viajava a caminho de Roma, foi assaltada e abandonada como morta. Pôde enfim levantar-se, e viu surgir seu Anjo num cavalo branco. Este ajudou cuidadosamente sua protegida a montar, e a conduziu até Verona. Lá, dela se despediu dizendo: “Eu serei teu defensor onde quer que vás”.

Santa Hildegonde poderia aplicar a si o seguinte comentário de São Bernardo ao Salmo acima citado: “Quão grande reverência, devoção e confiança devem causar em teu peito as palavras do real profeta! A reverência pela presença dos Anjos, a devoção por sua benevolência, e a confiança pela guarda que têm de ti. Veja que vivas com recato onde estão presentes os Anjos, porque Deus os mandou para que te acompanhem e assistam em todos teus caminhos; em qualquer pousada e em qualquer rincão, tem reverência e respeito ao teu anjo, e não cometas diante dele o que não ousarias fazer estando eu em tua presença”.

São Boaventura afirma: “O santo anjo é um fiel paraninfo conhecedor do amor recíproco existente entre Deus e a alma, e não tem inveja, porque não busca sua glória, senão a de seu Senhor”. Acrescenta que a coisa mais importante e principal “é a obediência que devemos ter a nossos santos Anjos, ouvindo suas vozes interiores e saudáveis conselhos, como de tutores, curadores, mestres, guias, defensores e medianeiros nossos, assim em fugir da culpa do pecado, como no abraçar a virtude e crescer em toda perfeição e no amor santo do Senhor”.

Intrépidos guerreiros do Exército do Senhor!

Em várias partes dos Livros Sagrados os Anjos são mencionados como sendo a Milícia Celeste. Assim, narra o Profeta Isaías ter visto que “Os Serafins … clamavam um para o outro e diziam: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos”. (Is. 6, 2-3). E, no Apocalipse, chefiados pelo Arcanjo São Miguel, travaram no Céu uma grande batalha derrotando Satanás e seus anjos rebeldes (Ap. 12, 7).

Em outras passagens aparecem eles exercendo mesmo funções bélicas. Lemos, por exemplo, no II Livro das Crônicas que, tendo Senaqueribe invadido a Judéia, mandou uma delegação a Jerusalém dissuadir seus habitantes da fidelidade ao seu rei Ezequias, blasfemando contra o Deus verdadeiro. O Rei de Judá e o Profeta Isaías puseram-se em oração implorando a proteção divina contra as tropas inimigas. “E o Senhor enviou um anjo que exterminou todo o exército do rei da Assíria no próprio acampamento, com os chefes e os generais, e o rei voltou para sua terra inteiramente confuso” (II Cron. 32, 1 a 21).

- Santa Mariana de Jesus: cognominada a Açucena de Quito, após o falecimento do pai, sendo ainda um bebê, a mãe retirava-se para uma casa de campo levando-a ao colo, no lombo de uma mula. Na passagem de um riacho de águas muito céleres, a mula tropeçou e a criança caiu dos braços maternos… No entanto, a menina predestinada ficou sustentada no ar por seu Anjo da Guarda, até que a pressurosa genitora a recolhesse.

Guerreiros angélicos — tanto no Antigo quanto no Novo Testamento — às vezes juntam-se também aos homens contra os inimigos do Senhor. Assim, por exemplo, ajudaram Judas Macabeu numa batalha decisiva. Outras vezes auxiliaram os soldados da Cruz contra os muçulmanos, como vem narrado nas crônicas das Cruzadas.

Na Sagrada Escritura, o próprio autor dos Atos dos Apóstolos afirma: “O Senhor Deus dos exércitos freqüentemente envia também seus guerreiros para livrar seus amigos das mãos dos ímpios” (Atos 5, 18-20; 12, 1-11).

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Santo Anjo em Fátima


As aparições do Anjo de Portugal

                               (Entre Março e Outubro de 1916)

Foram há exatamente 94 anos, na primavera, verão e início do outono, em Portugal, em 1916, logo antes das aparições de Nossa Senhora em Fátima, que aconteceram as três aparições do Anjo de Portugal, ou da Paz, aos primos Lúcia, Francisco e Jacinta.



           Primeira aparição
   (na gruta do outeiro do Cabeço)

“Alguns momentos havia que jogávamos, e eis que um vento forte sacode as árvores e fez-nos levantar a vista para ver o que se passava, pois o dia estava sereno. Então começamos a ver, a alguma distância, sobre as árvores que se estendiam em direção ao nascente, uma luz mais branca que a neve, com a forma de um jovem transparente, mais brilhante que um cristal atravessado pelos raios do sol”.

À medida que se aproximava, íamos-lhe distinguindo As feições: um jovem dos seus 14 a 15 anos, de uma grande beleza. Estávamos surpreendidos e meio absortos. Não dizíamos palavra. Ao chegar junto de nós, disse:
- “Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo”. E ajoelhando em terra, curvou a fronte até o chão. Levados por um movimento sobrenatural imitamo-lo e repetimos as palavras que lhe ouvimos pronunciar:

- “Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e Vos não amam”. Depois de repetir isto três vezes, ergueu-se e disse:

- “Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas”. E desapareceu.

A atmosfera do sobrenatural, que nos envolveu, era tão intensa, que quase não nos dávamos conta da própria existência, por um grande espaço de tempo, permanecendo na posição em que nos tinha deixado, repetindo sempre a mesma oração. A presença de Deus sentia-se tão intensa e íntima, que nem mesmo entre nós nos atrevíamos a falar. No dia seguinte, sentíamos o espírito ainda envolvido por essa atmosfera. Que só muito lentamente foi desaparecendo.

Nessa aparição, nenhum pensou em falar, nem em recomendar o segredo. Ela de si o impôs. Era tão íntima, que não era fácil pronunciar sobre ela a menor palavra. Fez-nos talvez também maior impressão, por ser a primeira assim manifesta.

               Segunda aparição do Anjo

Ao fundo do quintal da casa de Lúcia, o poço, onde o 'Anjo da Paz', 'Anjo de Portugal', apareceu pela segunda vez (Verão de 1916).

- “Que fazeis? Orai! Orai muito! Os corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios”.
- “Como nos havemos sacrificar?” – perguntei.
- “De tudo que puderdes, oferecei a Deus um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar”. E desapareceu.

Estas palavras do Anjo gravaram-se em nosso espírito, como uma luz que nos fazia compreender quem era Deus; como nos amava e queria ser amado; o valor do sacrifício, e como lhe era agradável; como, por atenção a ele, convertia os pecadores”.

            Terceira aparição do anjo
          (Na gruta ou Loca do Cabeço)

“Logo que ali chegamos, de joelhos, com os rostos em terra, começamos a repetir a oração do Anjo:” Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos etc. “Não sei quantas vezes tínhamos repetido esta oração, quando vemos que sobre nós brilha uma luz desconhecida. Erguemo-nos para ver o que se passava, e vemos o Anjo trazendo na mão esquerda um cálice e suspensa sobre ele uma Hóstia, da qual caíam dentro do cálice algumas gotas de Sangue. Deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, prostrou-se em terra junto de nós e repetiu três vezes a oração:

- “Santíssima Trindade, Padre, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores”.

Depois, levantando-se, tomou de novo na mão o cálice e a Hóstia, e deu-me a Hóstia a mim e o que continha o cálice deu-o a beber à jacinta e ao Francisco, dizendo ao mesmo tempo:

- “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus”.

De novo se prostrou em terra e repetiu conosco mais três vezes a mesma oração: “Santíssima Trindade... etc.” e desapareceu.

Levados pela força do sobrenatural, que nos envolvia, imitávamos o Anjo em tudo, isto é, prostrando-nos como ele e repetindo as orações que ele dizia. A força da presença de Deus era tão intensa, que nos absorvia e aniquilava quase que por completo. Parecia privar-nos até do uso dos sentidos corporais por um grande espaço de tempo. Nesses dias fazíamos as ações materiais como que levados por esse mesmo ser sobrenatural que a isso nos impelia. A paz e a felicidade que sentíamos era grande, mas só íntima, completamente concentrada a alma em Deus. O abatimento físico que nos prostrava também era grande.

Não sei porque, as aparições de Nossa Senhora produziam em nós efeitos bem diferentes. A mesma alegria íntima, a mesma paz e felicidade. Mas, em vez desse abatimento físico, uma certa agilidade expansiva; em vez desse aniquilamento na Divina Presença, um exultar de alegria; em vez dessa dificuldade no falar, um certo entusiasmo comunicativo. Mas, apesar desses sentimentos, sentia a inspiração para calar, sobretudo algumas coisas. Nos interrogatórios, sentia a inspiração íntima que me indicava as respostas que, sem faltar à verdade, não descobrissem o que devia por então ocultar.



(Ir. Lúcia, Memórias II )

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os Santos Anjos na vida de um santo

O Santo Anjo na vida de um santo

Algumas almas muito eleitas, que conservaram intacta sua inocência e candura batismal ao longo da vida, por especial privilégio de Deus tiveram a dita de ver seu Anjo da Guarda.
Assim sucedeu com São Geraldo Magela, Santa Francisca Romana, Santa Gema Galgani e outros Santos.

 Vejamos a vida de
Santa Francisca Romana

Santa Francisca Romana dama romana da mais ilustre estirpe, queria fazer-se religiosa mas foi obrigada pelos pais a casar-se, tendo procurado santificar-se no estado de matrimônio. Desse casamento nasceram vários filhos. Um deles, João Evangelista, de extrema piedade, dotado do dom da profecia, faleceu angelicamente aos nove anos.

Um ano após sua morte, apareceu ele a Francisca, resplandecente de luz, acompanhado por um jovem ainda mais brilhante. Fez conhecer à mãe a glória de que gozava no Céu; e comunicou-lhe que vinha buscar sua irmãzinha Inês, de cinco anos, para colocá-la entre os Anjos. E que, por ordem de Deus, deixaria aquele Anjo para — juntamente com seu Santo Anjo da Guarda — assisti-la no que lhe restava de vida terrena. Era um Santo Anjo de categoria superior, um Arcanjo.

A partir de então, Santa Francisca via constantemente esse Arcanjo que, segundo ela, brilhava mais que o sol, de maneira que não conseguia fitá-lo. Se Francisca deixava escapar alguma palavra menos necessária, ou caso se preocupasse um pouco demais com os problemas domésticos, o Anjo desaparecia, ficando oculto até que ela se recolhesse de novo. Ele, com suas luzes, a auxiliava muitas vezes, defendendo-a contra os ataques do demônio, que constantemente a assaltava.

Os Santos Anjos da Guarda são nossos conselheiros, inspirando-nos santos desejos e bons propósitos. Evidentemente, fazem-no no interior de nossas almas, se bem que, como vimos, tenha havido almas santas que mereceram deles receber visivelmente celestiais conselhos.

Você que leu esta postagem, que tal começar a partilhar mais efetivamente a sua vida com seu Santo Anjo, ele é um ótimo conselheiro e verdadeiro auxílio do céu.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Os Anjos existem de verdade

Os Anjos existem de verdade



Dotados de natureza mais perfeita que a humana, esses puros espíritos foram criados para dar glória a Deus, reger o mundo material e serem potentes auxiliares dos homens, com vistas à sua salvação eterna.



Logo ao nascer, o homem recebe de Deus um desses angélicos guardiões, o nosso Santo Anjo da Guarda, que nos acompanhará durante a vida, protegendo-nos e comunicando-nos boas inspirações.
Se a pessoa tiver vivido segundo a Lei de Deus, a ponto de se santificar e ir diretamente para o Céu, o Anjo da Guarda a conduzirá a esse lugar bendito. Se, de outro lado, o que é mais provável, ela precisar purificar-se no fogo do Purgatório, o Anjo conduzi-la-á depois ao Paraíso Celeste. Ou, caso contrário, se tiver rejeitado suas inspirações e bons impulsos, condenando-se para todo o sempre, abandoná-la-á às portas do Inferno.

Em nossos dias, a par do materialismo e do ateísmo reinantes em tantas almas e em incontáveis ambientes, nota-se uma salutar reação – cada vez mais intensa e generalizada – a essas chagas da civilização contemporânea.

O sentimento religioso, a crença em Deus e no destino eterno ganham sempre mais terreno, especialmente no seio da juventude atual. Um sintoma desse renascer dos valores espirituais é precisamente o interesse pelos Anjos, o aumento da devoção aos puros espíritos, bem como dos pedidos invocando sua intercessão. Embora tal revivescência, infelizmente, se manifeste em alguns casos mesclada a superstições e até manifestações de ocultismo.

Para atender a esse sadio movimento de alma, proponho hoje apresentar a atualíssima e atraente temática dos Anjos.

O Anjo só passa a custodiar o novo ser depois que este sai das entranhas maternas. Isso porque, desde o momento da concepção até o do nascimento do novo ser, o Anjo da Guarda da mãe cuida também da nova criatura.
Temos necessidade da celeste proteção angélica. Nossa alma imortal está destinada a ser, de futuro, companheira dos Anjos e ocupar a seu lado, no Céu, um dos tronos deixados vazios pela queda daqueles puros espíritos que se rebelaram contra Deus, transformando-se em demônios. Tal necessidade sobretudo provém da própria humana fraqueza para atingir esse objetivo.

Que empenho não terá o demônio para que um recém-nascido não receba as águas regeneradoras do Batismo? Muitas vezes também procura causar-nos males físicos.

“A função principal do Anjo da Guarda é iluminar-nos em relação à verdade e à boa doutrina. Mas sua proteção acarreta também muitos outros efeitos, tais como reprimir os demônios e impedir que nos sejam causados danos espirituais ou corporais”. Eles “rezam por nós e oferecem nossas preces a Deus, tornando-as mais eficazes pela sua intercessão (Apoc. 8, 3; Tob. 12, 12), sugerem-nos bons pensamentos, incitando-nos a fazer o bem (At. 8, 26; 10, 3ss). Do mesmo modo, quando nos infligem penas medicinais para nos corrigir (2 Sam. 24, 16): e mais importante que tudo quando nos assistem na hora da morte, fortalecendo-nos contra os supremos assaltos do demônio”.

Num êxtase, Santa Maria Madalena de Pazzi viu uma religiosa de sua Ordem (carmelita) ser tirada do Purgatório e levada ao Céu por seu Anjo da Guarda.
E Santa Francisca Romana viu seu Anjo da Guarda conduzir ao Purgatório, para ser purificada, uma alma a ele confiada. O espírito celeste permaneceu fora daquele local de purgação, para apresentar ao Senhor os sufrágios oferecidos por aquela alma. E, ao serem estes aceitos por Deus, essa alma era aliviada em suas penas.

O desvelo do nosso Anjo da Guarda para conosco está bem expresso pelo Profeta Davi no Salmo 90: “O mal não virá sobre ti, e o flagelo não se aproximará da tua tenda. Porque mandou [Deus] os seus Anjos em teu favor, que te guardem em todos os teus caminhos. Eles levar-te-ão nas suas mãos, para que o teu pé não tropece em alguma pedra” (Sl. 90, 10-12).


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