"Desde a infância (cfr. Mt. 18, 10) até à morte (cfr. Lc. 16,22), a vida humana é acompanhada pela assistência dos Santos Anjos (cfr. Sl. 34, 8; 91, 10-13) e intercessão (cfr. Job. 33, 23-24; Zac. 1, 12; Tob. 12, 12) "cada Fiel tem a seu lado um Anjo como protetor e pastor para o guiar na vida (S. Basílio, C. Ecuménico III, 1: PG 29, 656 B). Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos Anjos e dos homens, unidos em Deus" (Cat. Ig. Cat. n.° 336).
Eles, em nosso favor, participam da mediação única de Cristo. De modo algum a ofuscam ou diminuem, antes manifestam a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador, isto é, as graças que os Anjos nos dão da parte de Cristo - Cabeça comum de todas as criaturas - "deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a eficácia" (LG 60). "Efetivamente nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo Encarnado e Redentor; mas, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde variadamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas, cooperações diversas, que participam dessa fonte única" (LG 62)" (Cat. Ig. Cat. n.° 970).
Nos novos tempos, que são os da Igreja, enquanto aguarda a última vinda de Cristo Senhor, toda a vida desta mesma Igreja "beneficia da ajuda poderosa dos Anjos (cfr. Act. 5,18-20; 8,26-29; 10,3-8; 12,6-11; 27, 23-25). Na sua liturgia, a Igreja associa-se aos Anjos para adorar a Deus três vezes Santo ("Sanctus"); invoca a sua assistência (como na oração "Deus Todo -Poderoso, nós Vos suplicamos" do Cânon Romano; ou no responsório das exéquias: "Vinde ao seu encontro, Anjos do Senhor! Recebei a sua alma: levai-a à presença do Senhor!"), e festeja mais particularmente a memória de certos Anjos:
-29 de Setembro: S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael;
-2 de Outubro: os Santos Anjos da Guarda" (Cat. Ig. Cat. n° 334-335) e em Portugal no dia 10 de Junho temos a memória do Santo Anjo da Guarda de Portugal.
A Igreja quando nos convida a celebrar a festa dos Santos Anjos e Arcanjos, espera de nós uma reflexão mais demorada. É nosso dever render graças a Deus pela glória e pelo gozo dos Anjos; agradecer-Lhe por constituí-los como nossos celestiais protetores; unirmo-nos a eles no culto de adoração e louvar ao Criador e, particularmente, suplicar-lhes o auxílio para o propósito de sempre obedecermos à Vontade do Pai, assim como eles livremente escolheram fazê-la no Céu de forma irreversível, definitiva e imutável.
Isto nos ensina a Igreja no Prefácio dos Anjos:
"Proclamamos a Vossa imensa glória, que resplandece nos Anjos e nos Arcanjos, e, honrando estes mensageiros celestes, exaltamos a Vossa infinita bondade, porque a veneração que eles merecem é sinal da Vossa incomparável grandeza sobre todas as criaturas".
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Santo Anjo da Guarda nossa companhia.