Em união com todos os Santos Anjos

"Sanctus, Sanctus, Sanctus. Dóminus, Deus Sábaoth Pleni sunt caeli et terra Glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit In nómine Dómini, Hosánna in excélsis.

Blog Santo Anjo da Guarda

terça-feira, 8 de maio de 2012

O que a Igreja ensina sobre os Anjos


A Igreja celebra em 29 de setembro a festa litúrgica dos Santos Arcanjos: Miguel (Quem como Deus!), Gabriel (Força de Deus) e Rafael (Cura de Deus). O Catecismo da Igreja afirma sem hesitação a existência dos anjos: “A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição” (§328).

O Catecismo lembra que: “Cristo é o centro do mundo angélico” (§331). Eles pertencem a Cristo, porque são criados por Ele e para Ele, como disse São Paulo: “Pois foi Nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades, tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1,16). Os anjos também são de Cristo porque Ele os fez mensageiros do seu projeto de salvação da humanidade. “Ainda aqui na terra, a vida cristã participa, na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus.” (§336)
Portanto, não há como negar a existência dos anjos, sem bater de frente com o ensinamento da Igreja, em toda a sua existência. São Paulo ensinava em sua primeira Carta aos fiéis de Colossos: “Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e invisíveis, Tronos, Dominações (ou Sobera­nias), Principados, Potestades (ou Autoridades): tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1,16).
O primeiro Concílio Ecumênico que confirmou a existência dos seres espirituais foi o de Niceia, em 325, quando fala no Decreto (DS 54), em “coisas invisíveis”: “Creio em um só Deus, Pai Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis”.
Essa verdade foi reafirmada no Concílio de Constantinopla I, em 381. Também o Concílio regional de Toledo, em 400, reafirmou a mesma verdade, dizendo: “Deus é o Criador de todos os seres visíveis; fora d’Ele não existe natureza divina de Anjo, de potência que possa ser considerada como Deus.” O Magistério da Igreja confirmou a realidade dos anjos sobretudo no Concílio de Latrão IV (1215), ao declarar contra o dualismo dos hereges cátaros: “Deus é o Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, espirituais e corporais; por sua onipotência no início do tempo criou igualmente do nada as criaturas espirituais e corporais, isto é, o mundo dos anjos e o mundo terrestre; em seguida criou o homem, que de certo modo compreende umas e outras, pois consta de espírito e corpo. O diabo e os outros demônios foram por Deus criados bons, mas por livre iniciativa tornaram-se maus. O homem pecou por sugestão do diabo. “(DS 800 [428]).

A existência dos Anjos foi reafirmada, no II Concílio de Lião, sob Gregório X, em 1274, nos seguintes termos: “Cremos em um Deus Onipotente…, criador de todas as criaturas, de quem, em quem e por quem existem todas as coi­sas no céu e na terra, visíveis, corporais e espirituais” (D.S., 461).

O Concílio de Florença, sob Eugênio IV (1441-2) pelo Decreto pro-lacobitis, e pela Bula Contate Domine, de 4 de janeiro de 1441 assim se expressou: “A sacrossanta Igreja romana crê firmemen­te, professa e prega que um só é o verdadeiro Deus…, que é o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, o qual quando quis, por sua vontade criou todas as criaturas, tanto espirituais como corporais” (D.S, 706). O Concílio de Trento (1545-1563) repetiu o ensinamento tradicional definido no IV Concílio de Latrão. Lê-se no Catecismo Romano e na profissão de Fé expressa na Bula lniunctum nobis, do Papa Paulo IV de 13 de novembro de 1564: “Deus criou também, do nada, a natureza espiritual e inumeráveis Anjos para que o servissem e assistissem”. (1ª parte, Cap. 2, a.1 do Símbolo., n. 17).

O Concílio Vaticano I (1869-1870) pelos decretos 3002 e 3025 da Constitutio de fide catholica (DS, 1873) – e Dei Filius, ao condenar certos erros, afirma: “Este Deus único verdadeiro…, com um ato libérrimo no início dos tempos, fez do nada ambas as criaturas, a espiritual e a corporal, isto é, a angélica e o mundo; depois a criatura humana, como que participando de ambas, constituída de alma e de corpo”. O mesmo Concílio condenou os que: “Afirmam que fora da matéria, nada mais existe” (Dec. 3022). “Afirmam que as criaturas materiais e espirituais não foram criadas do nada e livremente” (Dec. 3025 – “Contra o materialis­mo”, D.S., 1802).
“Se alguém disser que as coisas finitas, quer sejam corpóreas, quer espirituais são emanações da substância divina… seja anátema” ( Contra o Panteísmo, Cânon 4). Na Encíclica Summi Pontificatus, de 20 de outubro de 1939, Pio XII lamenta que “alguns ainda perguntem se os Anjos são seres pessoais e se a matéria difere essencialmente do espírito” (D.S. 2318).

O Concílio Vaticano II (1962-1965), na Constituição Dogmátca Lumen Gentium, fala claramente dos anjos: “Portanto, até que o Senhor venha com toda sua Majes­tade, e todos os Anjos com Ele (cf. Mt. 25, 31)”…(LG, 49). “A Igreja sempre acreditou estarem mais unidos conosco em Cristo, venerou-os juntamente com a Bem-aventurada Virgem Maria e os Santos Anjos com especial afeto…” (LG,50). No Cap. VIII sobre “A Bem-aventurada Virgem Maria no Misté­rio da Igreja”, lê-se: “Maria foi exaltada pela graça de Deus acima de todos os Anjos e todos os homens, logo abaixo de seu Filho, por ser a Mãe Santíssima de Deus” (LG, 66). “Todos os fiéis cristãos supliquem insistentemen­te à Mãe de Deus e Mãe dos homens, para que Ela, que com suas preces assistiu às primícias da Igreja, também agora exaltada no céu sobre todos os Anjos e bem aventurados…” (LG,69).

No Credo do Povo de Deus, do Papa Paulo VI, de 30 de junho de 1968, o santo Padre afirma: “Cremos em um só Deus, Pai, Filho e Espirito Santo, Criador das coisas visíveis, como este mundo, onde se desenrola a nossa vida passageira; Criador dos seres invisíveis como os puros espí­ritos, que também são denominados Anjos, e Criador em cada ho­mem, da alma espiritual e imortal”.

Diante de uma certa tendência de negar que os anjos são seres pessoais, mas apenas “instintos” ou “forças neutras”, como se fossem apenas uma tendência para o bem ou para o mal, o Papa Pio XII na sua encíclica Humani Generis (1959), reafirmou que os anjos são “criaturas pessoais”, dotadas de inteligência sagaz e vontade livre (DS 3891 [2317]).

São Gregório Magno dizia que cada página da Revelação escrita atesta a existência dos Anjos. A presença e a ação dos anjos bons e maus estão a tal ponto inseridas na história da salvação, na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja, que não podemos negar a sua existência e ação, sem destruir a Revelação de Deus. O fato de muitas vezes os anjos terem sido apresentados de maneira fantasiosa ou infantil, não nos autoriza a negar a sua existência. Por serem seres espirituais, os anjos bons e maus não podem ter a sua existência provada experimental e racionalmente; no entanto, a Revelação atesta a sua realidade. Eles são mencionados mais de 300 vezes na Bíblia.

Livro:OS ANJOS – Ed. Cléofas

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Santo Anjo da Guarda nossa companhia.