São Pedro Fabro SJ († 1546), o grande pregador da Europa no século XVI, nas suas pregações populares, tinha o costume de invocar os Santos Anjos das respectivas cidades e dos países que ia visitar, a fim de que ajudassem no seu apostolado. Não faltaram os milagres...
Também São Pedro Canísio SJ (1521-1597), o apóstolo da Alemanha escreve: “Quem entra pela primeira vez num país ou numa cidade, deve, segundo o exemplo do Pe. Fabro, invocar e venerar os Anjos, os Arcanjos e também os Santos mais conhecidos daquela região, e deve confiar os seus esforços pastorais à sua proteção. Por sua intercessão, Deus vai certamente conceder o Seu auxílio poderoso apesar da própria indignidade (do missionário) ...” (traduzido do livro: B. Schneider, Petrus Canisius. Briefe, Salzburg 1959, p. 217).
São Francisco Xavier SJ, o padroeiro das missões, escreveu numa carta de Goa: “Vivo na firme confiança que Deus há de me conceder a graça da conversão desses países. Entretanto, desconfiando das minhas capacidades, deposito toda minha confiança em Jesus Cristo, na Santíssima Virgem e nos nove coros dos Santos Anjos, de entre os quais escolhi como padroeiro especial o príncipe e protetor da Santa Igreja São Miguel. Não espero pouca coisa desse Arcanjo, a cuja proteção o grande reino japonês foi confiado! Diariamente me recomendo a ele como também a todos os Anjos da Guarda dos japoneses, cuja tarefa é implorar de Deus a sua salvação” (Baroll, Dell’Asia; segundo St. Josephsblatt).
Certa vez, o Beato Papa João XXIII escreveu numa carta a sua sobrinha Irmã Angela Roncali: “O teu nome de religião, que recorda o do teu tio, o de teu bisavô e o de teu irmão, dos quais estes dois últimos já gozam da companhia visível dos Anjos, deve ser para ti um estímulo para manter uma intimidade familiar com o teu Anjo da Guarda e também com todos os Anjos da Guarda das pessoas que conheces e amas, na Santa Igreja e na tua congregação. É um consolo sentir perto de nós este custódio celestial, este guia de nossos passos, esta testemunha de nossos atos mais íntimos. Eu mesmo recito a oração do ‘Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador’ pelo menos cinco vezes por dia e com freqüência converso espiritualmente com ele, sempre com sossego e paz. Quando tenho de visitar alguém importante para tratar assuntos da Santa Sé, peço ao meu Anjo da Guarda para que se ponha de acordo com o dele, para que influencie na sua disposição de ânimo. É uma devoção que nos recomendava muitas vezes o Santo Padre Pio XI e que me é muito frutífera” (Carta de 3.10.1948). Outro fato, pouco conhecido, que teve influência incalculável no destino da Igreja: numa confidência a um Bispo canadense, João XXIII atribui a uma inspiração do seu Anjo da Guarda a idéia de convocar o Concílio Vaticano II (Gabriel C. Galache, Os Anjos, São Paulo 1997, p. 49s).
São José Maria Escrivá, fundador do Opus Dei, foi um grande devoto dos Santos Anjos: “Conquiste o Anjo da Guarda daquele que deseja atrair para sua missão. É sempre um grande cúmplice.” Se tiver presentes o seu Anjo da Guarda e os Anjos dos seus interlocutores, evitará muitas bobagens que escapam na sua conversa” (Gabriel C. Galache, Os Anjos, p. 44).
“O célebre ator italiano Carlo Camopanini contou-me também que tinha mandado o seu Anjo da Guarda de Milão a San Giovanni, em circunstâncias bem penosas. O Padre Pio apareceu-lhe em sonhos no mesmo dia em que ele, Camopanini, lhe enviara o Anjo e deu-lhe esta inesperada resposta, aplicável com toda a precisão ao seu caso: ‘Então não queres compreender que é necessário que sofras e que, se eu te livrar deste sofrimento, te privo de todo o mérito?’ ” (nota 214 in Giovanni P. Siena, Esta é a hora dos Anjos... Pe. Pio e os Anjos, Anápolis 2000, p. 171). Os Santos Anjos são, portanto, nossos melhores amigos no cumprimento da nossa missão.
Cum Sanctis Angelis
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Santo Anjo da Guarda nossa companhia.