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Blog Santo Anjo da Guarda

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Papa Bento XVI

A renúncia do Papa Bento XVI suscitou na mídia e em boa parte dos fiéis, especulações acerca de profecias apocalípticas sobre o futuro da Igreja. Dentre elas, a que mais chamou a atenção foi a famosa "Profecia de São Malaquias" que, segundo a lenda, anunciava o fim da Igreja e do mundo ainda neste século. Apesar dessas previsões catastróficas alimentarem a imaginação de inúmeras pessoas, a verdade é que elas carecem de fundamento e lógica, como já demonstraram vários teólogos.
Não é sobre profecia que quero falar aqui, não é sobre a especulação sobre este assunto e tão pouco divulgar nomes de papáveis, muitos começam a escolherem seus candidatos. O que realmente eu quero falar neste post é sobre um grande amor a Deus e à sua Igreja expresso por Bento XVI.
Mas, vou revelar o meu candidato: aquele que aparecer vestido de branco no balcão da Basílica de São Pedro após o "Habemus Papam". Eu quero é este!


Cum sanctis Angelis.



Por trás da renúncia



A Igreja é repleta de mistérios, sendo ela mesma um mistério, como um sacramento, no qual uma coisa é o que aparece, outra é o que realmente é. E a Igreja, à semelhança de seu Divino Fundador, tem sua parte divina e humana. Divina na sua instituição, doutrina e graça salvífica que nos transmite, e humana nos seus membros, muitas vezes pecadores, ela “é ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificação” (L.G. 8).
Pessoas nem sempre imbuídas de espírito de Fé especulam os problemas da Igreja católica, demasiadamente focados na sua parte humana, organizacional e estrutural, esquecendo-se da parte divina, muito mais importante, e a presença nela do seu Fundador, que a assiste através do Divino Espírito Santo. Mas, há já dois mil anos, ela “continua o seu peregrinar entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus” (L.G. 8).


Mas afinal o que há por trás da renúncia de Bento XVI. Além dos motivos visíveis, apontados pelo próprio Papa – “forças já não idôneas, vigor do corpo e do espírito, devido à idade avançada” – existem outros fatores ocultos. Todos estão curiosos e eu vou lhes revelar o que realmente está por detrás dessa atitude do Papa.
Só é capaz de renunciar a esse cargo de tal importância e influência quem, olhando muito além das perspectivas humanas, tem uma profunda Fé em Deus, na divindade da sua Igreja e na assistência daquele do qual o Papa é o representante na terra: “confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo” (Bento XVI).
E como a Fé é a base da Esperança e da confiança, por trás dessa renúncia há uma sublime confiança em Deus: a barca de Pedro não soçobrará nas ondas desse mar tempestuoso, nem depende de nós para isso: “as forças do Inferno não poderão vencê-la” (Mt 16, 18).
Por trás dessa renúncia, vemos um grande amor a Deus e à sua Igreja: “uma decisão de grande importância para a vida da Igreja”, como disse ele. 


Um grande desapego do alto cargo e influente posição, declarando-se apenas um humilde servidor, uma profunda humildade, não se julgando necessário e reconhecendo a própria fraqueza e incapacidade, de corpo e de espírito, para exercer adequadamente o ministério petrino, e ao pedir perdão – “peço perdão por todos os meus defeitos”.
Ao lado do heroísmo do Beato João Paulo II de levar o sofrimento pessoal até o fim, temos o grande heroísmo de Bento XVI de renunciar por amor à Igreja, para evitar qualquer sofrimento para ela. No começo da Igreja, no tempo das perseguições, houve cristãos que resolveram ficar onde estavam e enfrentar o martírio. Exemplo de fortaleza. Houve outros cristãos, que temendo a perseguição e a própria perseverança, acharam melhor fugir da perseguição e se refugiar no deserto, para rezar e fazer penitência, longe do mundo. Exemplo de humildade. Houve santos de ambas as posturas, os que enfrentaram e os que se retiraram. Heroísmo de fortaleza e heroísmo de humildade, frutos da Fé. A Igreja é feita de heróis da Fé!

Fonte: Dom Fernando Rifan - Bispo da Administração Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/2013/02/por-tras-da-renuncia.html

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