Papa presidiu à Missa na Praça de São Pedro. "Deus surpreende-nos; pede-nos fidelidade; é a nossa força". No final, "entrega confiante" a Nossa Senhora de Fátima. |
Celebramos em ti as grandes obras de Deus, que nunca se cansa de inclinar-se com misericórdia sobre a humanidade afligida pelo mal e ferida pelo pecado, para a curar e salvar.
Acolhe com benevolência de Mãe o acto de entrega que hoje te fazemo confiadamente…
Temos a certeza de que cada um de nós é precioso aos teus olhos…
Acolhe nos teus braços a nossa vida, abençoa e reforça todos os desejos de bem;
aviva e alimenta a fé; apoia e ilumina a esperança; suscita e anima a caridade,
guia a todos nós no caminho da santidade.
Ensina-nos o teu próprio amor de predilecção pelos pequenos e pelos pobres, pelos marginalizados e pelos que sofrem, pelos pecadores e pelos extraviados do coração;
Congrega todos sob a tua protecção e
entrega todos ao teu dilecto Filho, o nosso Senhor Jesus.
Na homilia, o Santo Padre convidou a contemplar Maria à luz das Leituras da Missa deste domingo, propondo “três realidades: - Deus surpreende-nos, - Deus pede-nos fidelidade, - Deus é a nossa força”.
Antes de mais, a surpresa suscitada em Naamã pelo que lhe pedido para ser curado da lepra. Gestos simples, sem nada de extraordinária.
“Deus surpreende-nos; é precisamente na pobreza, na fraqueza, na humildade que Ele Se manifesta e nos dá o seu amor que nos salva, cura e dá força. Pede somente que sigamos a sua palavra e tenhamos confiança n’Ele. / Esta é a experiência da Virgem Maria.”
A segunda Leitura, em que São Paulo exorta Timóteo, a perserverar na fidelidade a Cristo, sugeriu ao Papa o segundo pensamento: Deus pede-nos fidelidade no segui-Lo.
Muitas vezes é fácil dizer «sim», mas depois não se consegue repetir este «sim» todos os días. / Maria disse o seu «sim» a Deus, um «sim» que transtornou a sua vida humilde de Nazaré, mas não foi o único; antes, foi apenas o primeiro de muitos «sins» pronunciados no seu coração tanto nos momentos felizes, como nos dolorosos… muitos «sins» que culminaram no «sim» ao pé da Cruz.
Último ponto sublinhado pelo Papa: Deus é a nossa força. Aludindo aos dez leprosos purificados por Jesus, no Evangelho, dos quais um só voltou a agradecer a cura, o Papa Francisco advertiu: “É preciso saber agradecer, louvar o Senhor pelo que faz por nós.”Também aqui, Maria é um modelo perfeito. Visitando a sua prima Isabel, as primeiras palavras que profere são de acção de graças a Deus:
«A minha alma enaltece o Senhor», o Magnificat, um cântico de louvor e agradecimento a Deus, não só pelo que fez n’Ela, mas também pela sua acção em toda a história da salvação. Tudo é dom d’Ele; Ele é a nossa força!
Evocando a dificuldade que tantas vezes se teme em dizer simplesmente “obrigado”, Papa Francisco, referindo em particular a vida em familia, propôs “três palabras-chave para a convivencia:
“com licença, desculpa, obrigado: se numa familia se dizem estas três palavras, a familia caminha em frente. Com licença, desculpa lá, obrigado. Quantas vezes dizemos obrigado, em familia?”
A concluir o Papa convidou a invocar a “intercessão de Maria, para que nos ajude a deixarmo-nos surpreender por Deus sem resistências, a sermos-Lhe fiéis todos os diaa, a louvá-Lo e agradecer-Lhe porque Ele é a nossa força.”
A concluir a celebração, antes de recitar a tradicional oração de Angelus, o Papa recordou a beatificação, neste domingo, em Tarragona, Espanha, de uns 500 mártires mortos pela sua fé durante a Guerra Civil espanhola dos anos 30 do século passado.
Louvemos o Senhor por estes seus corajosos testemunhas e por sua intercessão supliquemos-Lhe que liberte o mundo de toda a violência.
Bem-aventurada Virgem Maria de Fátima, com renovada gratidão pela tua presença materna, unimos a nossa voz à de todas as gerações que te proclamam bem-aventurada. |
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