É importante compreender algumas das atitudes fundamentais deste tempo litúrgico, para entrarmos realmente em sintonia com o sentimento da Igreja. Eis algumas linhas importantes para nossa vida espiritual:
1. No tempo da Quaresma somos chamados a nos transportar espiritualmente para o deserto do Sinal, onde o Povo de Israel, Povo de Deus do Antigo Testamento fez aliança com o seu Deus e realizou sua travessia rumo à Terra Prometida, com momentos de graça e de queda, de esperança e de profundo desânimo. Ora, nós somos o Povo de Deus do Novo Testamento, o Novo Povo de Deus.
Também atravessamos o deserto deste mundo como um povo peregrino, caminhando “entre as consolações de Deus e as perseguições do mundo”, como dizia Santo Agostinho. Somos o povo da Aliança nova e eterna, selada no sangue do Cordeiro sem mancha, um povo que, como o antigo, deve viver da Palavra de Deus, alimentado pelo novo maná, que é a Eucaristia, povo que caminha rumo à Terra Prometida, isto é, a Pátria celeste.
Então é muito importante nos colocar espiritualmente numa situação de caminho, de confiança em Deus, aprendendo dos textos do antigo Testamento que nos contam a história espiritual de Israel. Como nos adverte São Paulo, “esses fatos aconteceram para nos servir de exemplo... e foram escritos para nossa instrução, nós que fomos atingidos pelo fim dos tempos” (1Cor 10,6.11).
Por tudo isto, vamos escutar muito nas leituras da liturgia textos que nos falam do caminho e das tentações e provas de Israel. São o caminho e as provas da Igreja...
Texto de D. Henrique Soares.
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