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"Sanctus, Sanctus, Sanctus. Dóminus, Deus Sábaoth Pleni sunt caeli et terra Glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit In nómine Dómini, Hosánna in excélsis.

Blog Santo Anjo da Guarda

domingo, 21 de dezembro de 2014

Quarto Domingo do Advento


Neste domingo o evangelista Lucas nos transporta a uma pequena cidade da Galileia, chamada Nazaré. Ela é tão insignificante que nem sequer aparece no Antigo Testamento e é considerada de tão má fama e desprezada que dela se pergunta: "De Nazaré pode vir algo bom?" (Jo 1,46).
É a essa cidadezinha que Deus envia seu mensageiro para se encontrar com uma jovem, da qual só sabemos que se chama Maria e está prometida em casamento a um homem chamado José!
Por que esse silêncio sobre Maria no evangelho? Talvez para que fique bem manifestada a bondade e gratuidade de Deus, que escolheu uma jovem pobre, do povo, para que fosse a mãe de seu Filho.
Este encontro entre o anjo Gabriel e Maria, que torna possível a entrada do Filho de Deus na humanidade, acontece no anonimato, no silêncio e na pobreza. Sem dúvida, os planos de Deus não seguem as formulações e expectativas humanas.
Nós poderíamos pensar que um evento tão importante teria de ser publicado nos jornais da cidade, acontecido numa grande festa e com convidados especiais que reconhecessem e prestigiassem o que se estava realizando.
Mas não, Deus tem outro modo de agir, vem ao nosso encontro e se faz homem através de uma humilde e desconhecida jovem que mora na periferia da Galileia.
Nós somos capazes de reconhecer a visita de Deus no silêncio, na pobreza? Ou pensamos que Ele só está com os que têm dinheiro, poder ou reconhecimento social?
No diálogo do Anjo com Maria, ela é surpreendida pela saudação do Anjo: “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!”, o que deixa claro que a iniciativa é de Deus, é Ele que vai ao encontro desta jovem para propor-lhe ser a mãe do Salvador. Quanta gratuidade e delicadeza de nosso Deus de confiar à Maria seu plano de salvação e esperar sua resposta!
Deus enche o coração daqueles e daquelas que o recebem com a simplicidade de Maria. Faz alguns dias, Papa Francisco deu a conhecer a Exortação Apostólica Pós-Sinodal. Nela somos convidados a renovar a alegria do Evangelho que "enche o coração e a vida inteira dos que se encontram com Jesus. Quem se deixa salvar por Ele é liberto do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo sempre nasce e renasce a alegria”.
Maria parece não compreender como seria isso possível, mas não se fecha, talvez ressoem em seu coração as palavras dos profetas do seu povo, que anunciavam a vinda do Messias: "Digam para a capital de Sião: Veja! Seu salvador está chegando..." (Is 62,11); "A jovem concebeu e dará à luz um filho, e o chamará pelo nome de Emanuel" (Is 7,14b-15).
Sentindo sua pequenez diante do projeto de Deus que se abre diante dela, Maria tem a coragem de perguntar: "Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?".
A resposta do Anjo fala sobre o poder de Deus: é o Espírito Santo quem obrará nela o milagre da encarnação do Filho de Deus. O Deus para quem nada é impossível, está aguardando o consentimento desta jovem mulher.
Deus se fez homem no sim de uma jovem.
E Maria não se faz esperar, confiando plenamente na Promessa de Deus, se faz totalmente disponível: "Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra." E pelo seu sim, Deus se encarna no seu ventre, e se torna pessoa humana!
O Papa Leão Magno dizia: "Jesus foi tão humano, que somente Deus poderia ser humano assim". O Salvador do mundo começou a viver no seio desta humilde mulher de Galileia, porque Deus quis ser um de nós: trabalhar com mãos de homem, pensar com inteligência de homem, obrar com vontade de homem, amar com o coração de homem (cf Gaudium et Spes 22), para que a humanidade vivesse a liberdade de sua plena dignidade, a de ser filha amada de Deus!

Um santo Domingo.

Opus Sanctorum Angelorum

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