A grande chave desta revelação dos mistérios existentes no mundo da natureza, no ser humano, e do próprio mundo angélico, está no Filho de Deus, para que no-los revelar, encarnou-Se "e habitou entre nós" (Jo. 1,14). São Paulo escreve: "Ele (o Filho Humanado) é a imagem do Deus invisível. O Primogénito de toda a criação, porque n'Ele foram criadas todas as coisas, nos Céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis, os Tronos, as Dominações, os Principados e as Potestades. Tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele existe antes de todas as coisas e todas têm n'Ele a sua substância.
É-nos bem compreensível que graças à Redenção operada por Cristo, com tudo o que Ele ensinou, tem de ser realmente o centro da nossa história e o único que esclarece todo o mistério da vida humana. Com razão Cristo é a nossa cabeça: "Foi Ele que nos fez, a Ele pertencemos, somos o Seu povo, ovelhas do Seu rebanho" (Sl. 99, 3). Também foi a Sua Ressurreição vitoriosa que abriu a porta para a nossa própria ressurreição, bem como a glorificação de toda a criação (cfr. Rom. 8, 18-23).
Em relação aos Anjos, Cristo também é o seu centro. Primeiramente porque eles, criaturas invisíveis, representados neste texto paulino por quatro dos seus nove coros angélicos: "Tronos, Dominações, Principiados e Potestades", foram "criados por Ele e para Ele". Também "n'Ele os Anjos receberam a sua substância", isto é, o seu ser e a sua existência. Por isso aos Anjos podem-se aplicar as palavras: "São d'Ele e a Ele pertencem", só pelo fato de existirem.
Se tudo é Seu, não é de estranhar que o Deus Criador atue "em toda a ação das suas criaturas. É Ele a causa-primeira, que opera nas e pelas causas-segundas: "É Deus que produz em nós o querer e o operar, segundo o Seu beneplácito" (Filip. 2, 13; cfr. 1 Cor. 12, 6). Longe de diminuir a dignidade da criatura, (quer humana, quer angélica), esta verdade realça-a. Tirada "do nada" pelo poder, sabedoria e bondade de Deus, a criatura nada pode, separada da sua origem, porque "a criatura sem o Criador esvai-se" (GS 36, 3). Muito menos pode atingir o seu fim último, sem a ajuda da graça: "Quem está em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer" (Jo. 15, 5)" (Cat. Ig. Cat. n° 308).
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