FUNDAMENTO BÍBLICO
Acerca desta realidade dentro dos ministérios angélicos, o Novo Catecismo dá-nos esta explicação, que não deve ser ignorada. "Desfeita a unidade do género humano pelo pecado, Deus processou, em primeiro lugar, salvar a humanidade através de cada uma das suas partes. A aliança com Noé, a seguir ao dilúvio (cfr. Gn. 9,9,), exprime o princípio da economia divina em relação às "gentes" ou nações, quer dizer, em relação aos homens reagrupados "segundos os seus países, cada qual segundo a sua língua e os seus clãs (Cfr. Gn. 5; 10, 20-31).
Esta ordem, ao mesmo tempo cósmica, social e religiosa, da pluralidade nas nações (cfr. Act. 17, 26-27), confiada pela Providência Divina à guarda dos Anjos (cfr. Dt. 4, 19; 32, 8), destinou-se a pôr cobro ao orgulho duma humanidade decaída, que, unânime na sua perversidade (cfr. Sab. 10, 5), pretendia refazer por si mesma a própria unidade, à maneira de Babel (cfr. Gn. 11, 4-6)" (Cat. Ig. Cat. nº 56 e 57).
A universalidade das Alianças antes da realizada com Abraão, Deus a concretizará plenamente em Seu Filho. Na nova e eterna Aliança, ficarão englobadas definitivamente todas as nações, todos os povos, línguas e raças.
Contudo Deus nunca abandonou a obra das Suas mãos, ou seja, as outras nações fora de Israel, povo de Deus da primeira Aliança. A Sua Providência entregou-as ao cuidado dos Seus Anjos.
Ao longo do Antigo Testamento São Miguel é apresentado como um dos principais guardiães do povo judeu. E chamado "Príncipe do vosso povo", conforme o diálogo de S. Gabriel com o profeta Daniel.
E precisamente com este profeta que se fortalece esta crença, numa hora histórica dificílima do povo hebreu, quando estava no exílio e subjugado entre os gregos e persas, e depois libertados da escravidão por um decreto de Ciro.
Todavia o tão suspirado regresso à pátria era impedido por dificuldades misteriosas. Quem mais se afligia com tais demoras era o profeta Daniel, que a Deus fazia contínuas súplicas. Um dia, enquanto repousava nas margens do rio Tigre, apareceu-lhe o Arcanjo S. Gabriel a anunciar-lhe que as suas preces iam ser ouvidas. Mas, acrescentou que o Anjo protetor da Pérsia não acedia a deixar partir os Hebreus em liberdade, opunha-se mesmo a isso. "O Príncipe do reino da Pérsia resistiu-me durante 21 dias" (Dn. 10, 13); e a ele se aliara, pouco antes, o anjo protector da Grécia (cfr. Dn. 10, 23). Não obstante, muito em breve Gabriel combateria esta resistência, fortalecido desta vez pelo apoio de Miguel: "Para tal empresa ninguém virá em meu auxílio, excepto o vosso chefe Miguel" (Dn. 10. 20-21).
A guarda angélica dos povos é doutrina consoladora, da qual jamais duvidaram os insignes exegetas da Escritura e os Padres e Doutores da Igreja; doutrina de que tiraram proveito não só os profetas como também os Santos e os Apóstolos.
"Deus eterno e omnipotente, que destinastes a cada nação o seu Anjo da Guarda, concedei que, pela intercessão e patrocínio do Anjo de Portugal, sejamos livres de todas as adversidades. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus conVosco na unidade do Espírito Santo!"
(cfr. Oração Colecta da Missa de 10 de Junho: Santo Anjo da Guarda de Portugal).
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Santo Anjo da Guarda nossa companhia.