Para refletir.
Muito importante saber a distinção!
Ninguém desconhece, com efeito, que, num passado relativamente recente, a « santificação » do domingo era facilitada, nos países de tradição cristã, por uma ampla participação popular e, inclusive, pela organização da sociedade civil, que previa o descanso dominical como ponto indiscutível na legislação relativa às várias atividades laborativas.
Hoje, porém, mesmo nos países onde as leis sancionam o carácter festivo deste dia, a evolução das condições sócio-econômicas acabou por modificar profundamente os comportamentos colectivos e, consequentemente, a fisionomia do domingo. Impôs-se amplamente o costume do « fim de semana », entendido como momento semanal de distensão, transcorrido, talvez, longe da morada habitual e caracterizado, com frequência, pela participação em atividades culturais, políticas e desportivas, cuja realização coincide precisamente com os dias festivos.
Trata-se de um fenômeno social e cultural que não deixa, por certo, de ter elementos positivos, na medida em que pode contribuir, no respeito de valores autênticos, para o desenvolvimento humano e o progresso no conjunto da vida social. Isto é devido, não só à necessidade do descanso, mas também à exigência de « festejar » que está dentro do ser humano. Infelizmente, quando o domingo perde o significado original e se reduz a puro « fim de semana », pode acontecer que o homem permaneça cerrado num horizonte tão restrito, que não mais lhe permite ver o « céu ». Então, mesmo bem trajado, torna-se intimamente incapaz de « festejar ».
Aos discípulos de Cristo, contudo, é-lhes pedido que não confundam a celebração do domingo, que deve ser uma verdadeira santificação do dia Senhor, com o « fim de semana » entendido fundamentalmente como tempo de mero repouso ou de diversão. Urge, a este respeito, uma autêntica maturidade espiritual, que ajude os cristãos a « serem eles próprios », plenamente coerentes com o dom da fé, sempre prontos a mostrar a esperança neles depositada (cf. 1 Ped 3,15). Isto implica também uma compreensão mais profunda do domingo, para poder vivê-lo, inclusivamente em situações difíceis, com plena docilidade ao Espírito Santo.
Catecismo da Igreja Católica:
A obrigação do Domingo
1193 O domingo, "dia do Senhor", é o dia principal da celebração da Eucaristia por ser o dia da ressurreição. É o dia da assembléia litúrgica por excelência, o dia da família cristã, o dia da alegria e do descanso do trabalho. O domingo é "o fundamento e o núcleo do ano litúrgico".
2180. O mandamento da Igreja determina e precisa a lei do Senhor: «No domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis têm obrigação de participar na missa» (102). «Cumpre o preceito de participar na missa quem a ela assiste onde quer que se celebre em rito católico, quer no próprio dia festivo quer na tarde do antecedente» (103).
2181. A Eucaristia dominical fundamenta e sanciona toda a prática cristã. É por isso que os fiéis têm obrigação de participar na Eucaristia nos dias de preceito, a menos que estejam justificados, por motivo sério (por exemplo, doença, obrigação de cuidar de crianças de peito) ou dispensados pelo seu pastor (104). Os que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem um pecado grave.
Fonte: CARTA APOSTÓLICA DIES DOMINI, 4 DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II SOBRE A SANTIFICAÇÃO DO DOMINGO
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