Na história da humanidade sempre existiram grupos, crenças ou religiões primitivas, que afirmaram a existência dos Anjos; eles foram chamados de diversos nomes: espíritos, demônios, gênios, deuses etc. Para alguns, estes nomes significaram, propriamente, Anjos bons; para outros, Anjos bons e caídos, sem distinção; ainda para outros, que perderam a fé num único Deus (monoteísmo), os espíritos foram propriamente considerados “deuses” (politeísmo) (1).
Mas, também, sempre existiam grupos que negavam a existência dos Anjos; p. ex. no tempo de Jesus eram os saduceus (cf. At 23, 8); em nosso tempo, são os materialistas, ou aqueles que crêem somente naquilo que podem ver, medir ou experimentar; e também os racionalistas, que só aceitam a existência daquilo que se pode compreender (2).
Pio XII deu o alerta, na carta encíclica Humani generis,(3) sobre a doutrina falsa de alguns teólogos que negavam o caráter pessoal dos Anjos. Isto se encontra entre aqueles que afirmam que os Anjos seriam somente um estado psicológico do homem; assim, erradamente pensa, por exemplo, Joseph Murphy: “As muitas alegorias no Apocalipse têm todas o seu sentido: Satanás é adversário, (é) qualquer idéia negativa em sua mente que seja contra Deus. Anjo é um estado de espírito, o desejo que você tem.”(4).
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1. Espíritas, Esoteristas, Rosacrucianos, Umbandistas - negam a existência de seres espirituais que não sejam a alma humana após passar pelo processo de purificação em reencarnações sucessivas que acreditam existir. Em certos escritos, parecem identificar os Anjos com as almas dos mortos; mas, o Kardecismo nega a existência dos Anjos e demônios.
Para Alan Kardec, todos os espíritos são almas “desencarnadas”.
Não podem se comparar aos Anjos, os ‘personagens’ criados pelo Umbandismo, tais como os orixás (espécie de divindades ou espíritos superiores); exús (espíritos maus ou ‘atrasados’, quiçá, demônios); eguns (almas ‘desencarnadas’, escravos dos exús, ‘espíritos sem luz’), etc. (cf. A. J. Macintyre, Os Anjos. Uma Realidade Admirável, Louva-a-Deus, Rio de Janeiro 1986, 37-40, 44, 294; cf. Pontifício Conselho dada Cultura e Pontifício Conselho papara o Diálogo interreligioso, Jesus Cristo Portador da água viva. Uma reflexão cristã sobre a nova era, Paulinas, São Paulo 2003, esp. 2.2.1, p. 31-33.
2. Entre eles nos dois últimos séculos estão muitos teólogos protestantes e exegetas Católicos (cf. A. M. Galvão, 85-90).
3. 12 de Agosto de 1950.
4. Joseph Murphy, O Poder da Oração, capa; cf. Macintyre, 40-46; A. Royo Marin, Dios y su Obra, BAC, Madrid 1963, nº 342.
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