A esperança aspira a um bem muito grande, até mesmo infinito: a visão beatífica na união de amor com DEUS. Mas no caminho para esta união, a dada altura depara-se com a Cruz. Além disso a alma, consciente da sua indignidade, sofre muitas vezes com pensamentos como este: "Quem sou eu para que DEUS possa ter-me tão grande amor?" Quanto mais DEUS estimula esta união, purificando a alma cada vez mais, tanto mais lhe parecerá, a ela, que Ele é antes o seu inimigo, e a própria miséria, que se manifesta, ameaça esmagá-la (cf. S. João da Cruz, Noite escura, II,6).
A esperança dos Anjos, durante a sua provação, estava totalmente posta na bondade divina, visto que a escuridão desta mesma provação parecia ter malogrado todas as suas esperanças e expectativas naturais. Tal como Abraão, eles deviam esperar contra toda a esperança, com fé e confiança, na bondade de DEUS. Consideremos esta loucura: o sacrifício do filho de Abraão trouxe em si o germe da esperança, precisamente porque era uma prefiguração do sacrifício redentor do FILHO de DEUS.
São Gabriel trouxe este mistério da esperança universal, quando veio anunciar a MARIA a Encarnação do FILHO de DEUS.
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