É A SALVAÇÃO QUE ESTÁ CHEGANDO!
(A história de Gustavo)
Certa manhã correu a notícia por todo povoado: "Gustavo desapareceu." Ninguém sabia para onde foi, mas talvez tivesse ido embora para um dos próximos portos, pois queria ser marinheiro. Mas o que acontecerá com ele, um rapaz de apenas treze anos, sem dinheiro, sem a benção dos pais, fugindo para longe da casa.
De fato, Gustavo estava fugindo de casa. Na sua fuga procurou na primeira noite um abrigo no cemitério de um povoado. A sorte não estava com ele, pois chovia torrencialmente. Para se proteger da chuva, subiu no nicho de uma janela da igreja ao lado do cemitério. Aconchegou-se bem no nicho da janela e deu com as costas contra o caixilho da mesma. Mas que horror! O rapaz caiu com o caixilho podre dentro da cripta!
Felizmente não sofreu quebraduras, mas ficou a noite inteira na escuridão daquele lugar. Na manhã seguinte, quando o sol despontou, viu com grande espanto que estava dentro de uma cripta para ataúdes de defuntos, e a janela encontrava-se a dois metros de altura.
Tentou subir pela parede, mas como esta era muito lisa e úmida não adiantou nada. Mesmo com o máximo esforço não conseguiu alcançar a janela. Ficou desesperado e começou a gritar, porém, sem resposta. Gritou horas a fio. Nada! Não ouvia passos, nada. Um silêncio completo. Como última solução começou a rezar ao Anjo da Guarda. Rezou e gritou o dia inteiro, até não ter mais forças para gritar. Passou a segunda noite naquela cripta.
Pelo meio dia do dia seguinte alguém abriu a porta da cripta. Gustavo logo pensou: "Graças a Deus! É a salvação que está chegando!" Entrou uma moça com uma vassoura na mão, pois queria fazer uma limpeza na cripta. Mas quando viu o rapaz, levou tamanho susto que logo fechou a porta e fugiu correndo. Pensava que se tratava de uma alma do outro mundo.
Houve uma longa demora. Enfim Gustavo escutou passos. Chegaram alguns homens robustos com o professor da aldeia e sua filha. Ao ver o rapaz, o professor disse: "Que sorte, meu caro! Como você entrou aqui? Olha, somente uma vez por ano mando varrer e limpar a cripta. E hoje de manhã, veio-me a idéia de limpá-la. E como este pensamento persistia, mandei minha filha fazer o serviço".
Então Gustavo, entre lágrimas e meio morto, contou a sua história e que o dia inteiro pediu a seu Anjo da Guarda que o livrasse daquela prisão. E terminou dizendo: "Acho que foi ele mesmo que lhe deu a idéia de limpar a cripta justamente hoje".
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