A FIDELIDADE APERFEIÇOA TODAS AS VIRTUDES
Diz-se que a prova que no início dividiu os Anjos, demonstrou a sua fidelidade a Deus. Juntamente com São Miguel, "Quem é como Deus!", os Anjos fiéis escolheram a fidelidade, enquanto os anjos caídos se lançaram para longe de Deus, tornando-se infiéis. Por isso se diz que a fidelidade é a primeira característica dos Santos Anjos.
Aponta-se muitas vezes a humildade como fundamento da vida espiritual. Porém, pensando bem, concluí-se que a tarefa da humildade é antes por este fundamento, visto que a humildade tira os últimos vestígios do amor próprio, de modo que a vida espiritual possa assentar sobre a rocha da fé; mas é a fidelidade que a firmará. De fato, a raiz da palavra fidelidade é 'fides', palavra latina que significa fé. Sem fidelidade será impossível alcançar uma santidade perfeita.
FIDELIDADE E INTEGRIDADE
Na sua relação com a verdade, a fidelidade tem algo de 'divino'. A integridade faz-nos reconhecer a verdade dos seres existentes. Pelo livre 'sim' da fidelidade nós temos de cumprir o que dissemos, e deste modo faz-se ou existe algo que é novo e bom. Neste sentido, a fidelidade é quase 'criativa': pelo menos podemos dizer que pela fidelidade chegaremos à perfeição. Além disso, é pela fidelidade que colaboramos mais efetivamente com os Santos Anjos. O objectivo do seu ministério é ajudar-nos a ser mais semelhantes a Deus no amor e nas virtudes. Quanto mais fielmente acatarmos as suas inspirações e advertências, tanto mais fiéis seremos nas provações e tanto mais depressa seremos transformados em imagens de Cristo (cf. 2Cor 3,18).
Pelo contrário, se negarmos a lei natural ou faltarmos às nossas promessas, tornar-nos-emos infiéis. É a razão por que os anjos caídos foram acusados de infidelidade para com Deus. No momento da sua criação, todos os espíritos criados estavam voltados para Deus com amor e obrigaram-se, à luz da sua razão natural, a servi-Lo. (Summa Teológica I, 63,5,c). Mas quando depois, mais iluminados pela fé, reconheceram o reino sobrenatural de Deus e compreenderam qual seria o lugar que nele teriam, o diabo e os seus anjos revoltaram-se. São Tomás de Aquino diz assim: "o diabo, cheio de ódio, pecou pela aversão contra as ordens divinas" (De Malo 16,3,1m, 10m,15m).
Mas o homem justo e fiel ama a lei divina: "Quanto amo, Senhor, a Vossa lei" (Sl 119,97); "As obras das Suas mãos são retas e justas, todos os Seus preceitos são imutáveis” (Sl 111,7). Só com a graça de Deus permaneceremos fiéis. Jesus assegura-nos: "Sem Mim nada podeis fazer!" (Jo 15,5). Como também São Paulo quando afirma: "Tudo posso n’Aquele que me fortalece" (Fil 4,13). E ainda: "Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças" (1Cor 10,13); "Ele vos dará firmeza e vos guardará do mal" (2Tes 3,3). "Com Suas penas te há de proteger, debaixo das Suas asas encontrarás abrigo" (Sl 91,4). Na verdade, Aquele que nos chama é fiel, Ele nos santificará inteiramente – espírito, alma e corpo – para que todo o vosso ser se conserve irrepreensível para a vinda de Cristo (cf. 1Tes 5,24).
Fonte: Obra dos Santos Anjos
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