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quarta-feira, 19 de junho de 2013

A IDEOLOGIA DA CONSPIRAÇÃO - Tentação do individualismo





Como bom filho de Santo Inácio, o Papa Francisco, aludindo a comunidades, analisa bem como o demônio, bom estrategista, sabe nos tentar e nos enganar com aparências de verdade ou meias-verdades, o que pode se aplicar ao comportamento humano em geral.
“A tentação do individualismo, que, crescendo, nos conduz a parcialidades... baseia-se sempre em uma verdade (que pode ser real ou parcial ou aparente, ou uma falácia). Costuma ser uma razão que justifica e tranquiliza ao mesmo tempo. E essa razão tem raiz no espírito de suspeita e desconfiança. Nem sempre o demônio tenta com uma mentira. Na base de uma tentação, pode existir uma verdade, mas vivida no mau espírito... ‘Vim a pensar como Nosso Senhor não deve ter por bem reformar algumas coisas da Igreja segundo o modo dos hereges; porque eles, assim como também os demônios, em muitas coisas dizem a verdade, mas não a dizem com o Espírito de verdade, que é o Espírito Santo’ (Beato Fabro). Aqui se baseia, em grande parte, a estrutura da ideologia. Aparentemente, a ideologia parece ser fruto de uma verdade, de uma opinião; porém, na realidade, é fruto da vontade, do mau espírito. Por isso, uma ideologia deve ser julgada sempre não por seu conteúdo, mas pelo espírito que a sustenta, que não é necessariamente o Espírito da verdade”.

          “As suposições são como aqueles que pretendem prever o futuro: são nada mais que tentação. Ali Deus não está, porque Ele é Senhor do tempo real, do passado constatável e do presente discernível. Quanto ao futuro, é Senhor da Promessa, que pede de nós confiança e abandono...”.

         “É o próprio demônio quem semeia a suspeita no coração para dividir. A fenomenologia é inversa à da Encarnação do Verbo: o demônio busca dividir, por meio da suspeita, para confundir depois; o Senhor, no entanto, apresenta-se sempre Deus e Homem, sem confusão nem divisão. Ao semear as suspeitas, o demônio procura convencer com falácias ou com meias verdades, a fim de resguardar o coração em convicções egoístas que levam a um mundo fechado a toda objetividade (cf. Exercícios Espirituais e regra para discernimento). A suspeita, semeada pelo demônio, configura uma regra distorcida no coração, que distorce toda a realidade... Já não se trata de tal ou qual ideia, e sim de toda uma hermenêutica: qualquer coisa que aconteça é interpretada de forma distorcida, devido à adesão a essa regra distorcida”.

          “A teoria do complô... é uma sedução primária que favorece o tipo de almas que, no fundo, sente falta de esquemas maniqueístas de bom-mau (e costuma se situar no partido dos bons). A falta de contato com uma objetivação real vai amuralhando tais almas em certa ideologia defensiva. Elas trocam a doutrina pela ideologia, a peregrinação paciente dos filhos de Deus pelo vitimismo do complô que os outros fazem contra elas. Acabam enroladas em palavras que aprisionam, segundo o dito que diz que as palavras que nascem da mente são um muro e as que nascem do coração são uma ponte” (J. M. Bergoglio, S.J., Sobre a acusação de si mesmo).

Texto de Dom Fernando Rifan.

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